As comunidades ribeirinhas da região das ilhas de Porto Alegre enfrentam problemas em decorrência da passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul nos últimos dias. Muitas casas de madeira foram construídas um pouco acima do nível do rio Jacuí, mas as águas transbordam e invadem pátios causando transtornos e espalhando sujeira.
Neste sábado (15), a reportagem de GZH percorreu alguns pontos onde ainda é possível ver áreas alagadas. Na Rua Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, alguns moradores precisam usar barcos para se deslocar pela via.
— No inverno é comum acontecer isso. Chove muito, os rios sobem e é preciso desaguar para algum lugar, já que desce dos afluentes para o Guaíba — conta o aposentado Nilton Reis, de 76 anos.
O morador do bairro Arquipélago precisou da bicicleta para atravessar em meio à rua cheia.
— Essas beiras ficam alagadas — atesta, dizendo que espera que as águas desçam em direção à Lagoa dos Patos e que a situação normalize no domingo (16).
O morador Eduardo Porto, 49, olhava a rua alagada bem em frente à Marina Jet Club. No local, o Jacuí estava transbordando alguns centímetros em torno das 10h.
— A água ficou pela calçada (na sexta-feira). A tendência agora é baixar — observa.
A também moradora Carla Rodrigues, 40, mora em frente a um trecho alagado da Rua Nossa Senhora da Boa Viagem.
— Aqui dá enchente com muita frequência. Em 2015, tem gente que perdeu tudo — lembra.
— Não tem o que fazer quando alaga: só ficar dentro de casa — acrescenta.
Na Ilha das Flores, a situação estava um pouco melhor.
A operadora de caixa Larissa Rauter, 23, mora a poucos metros de distância do Jacuí.
— No inverno e quando chove muitos dias, aqui alaga — menciona.
O porteiro Juarez Dutra, 58, observava as águas do Jacuí debaixo da ponte.
— Acho que está uns três metros acima aqui — diz, apontando para um pilar de sustentação da ponte.
— Mês que vem dizem que vai ter outro ciclone. Será terrível, até porque a água deste último ainda não desceu toda para o rio — explica.
O monitoramento hidrológico da Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) das 9h30min de sábado mostrava que o estado é de atenção em relação ao nível do Guaíba, que está com 2,02 centímetros na medição realizada no Cais Mauá. O Jacuí, na estação de monitoramento Rio Pardo, apresentava indicadores normais neste sábado.