Um grupo de moradores de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, reuniu-se no final da tarde desta terça-feira (13), na Praça General Freitas, para cobrar explicações da prefeitura sobre cortes de árvores. Segundo os manifestantes, a administração municipal tem suprimido árvores históricas — algumas delas que seriam centenárias —, supostamente sem critério.
Conforme o funcionário público Paulo dos Santos, 33 anos, que participou do ato, o caso mais recente teria sido de uma planta da espécie guapuruvu, que ficava em frente a uma loja no cruzamento das ruas Coronel Serafim Pereira e Manoel Serafim, próximo à praça. Santos estima que a árvore tivesse mais de 50 anos.
A reclamação dos moradores é ainda mais abrangente. O grupo acredita que houve uma quantidade demasiada de cortes de árvores nos últimos três anos. O caso mais sensível seria o da Praça General Freitas, reinaugurada no ano passado após revitalização. A falta de arborização atual preocupa os manifestantes, que criticam a política ambiental do prefeito Volmir Rodrigues.
— Vou protocolar um pedido na prefeitura amanhã (quarta-feira,14), via Lei de Acesso à Informação, para entender o porquê de tantos cortes — disse Santos.
Cerca de 10 pessoas estiveram na praça e seguraram faixas com dizeres como "prefeito inimigo da natureza?", "na luta pelo meio ambiente", e "Sapucaia em luto". A intenção dos manifestantes é realizar outras mobilizações para chamar atenção para o tema.
Contraponto
A reportagem de GZH questionou a prefeitura de Sapucaia do Sul sobre quais são os critérios avaliados para a autorização de supressão de árvores no município. Até a publicação deste texto, não houve retorno sobre essas informações.
Por outro lado, a prefeitura se posicionou sobre o corte do guapuruvu em frente à loja, próximo à praça, ocorrido na semana passada. Conforme a nota enviada, "a iniciativa da supressão partiu da loja, por se tratar de uma área privada e não pública". Ainda conforme o texto, com informações do secretário de Meio Ambiente, Miguel Sperlig, "verificou-se que a árvore estava comprometida no seu estado fitossanitário" e "apresentava madeira frágil e muito suscetível ao apodrecimento e ataque de fungos".
A empresa doou 15 mudas nativas para compensar o corte, como prevê a legislação municipal. A prefeitura ainda afirma que outra árvore deverá ser plantada no mesmo local.
A administração de Sapucaia do Sul também nega que tenha suprimido árvores centenárias.
Leia a nota completa
"A iniciativa da supressão partiu da loja, por se tratar de uma área privada e não pública. Conforme o Secretário do meio Ambiente, Miguel Sperling, após análise da secretaria, verificou-se que a árvore estava comprometida no seu estado fitossanitário. A espécie apresentava madeira frágil e muito suscetível ao apodrecimento e ataque de fungos. E, por ser tratar de um exemplar de grande porte e em um local de grande circulação de pessoas, optou-se por tomar medidas visando a precaução de uma futura queda de ramos ou parte da copa. A reposição florestal efetuada pela empresa foi a doação de 15 mudas nativas, conforme legislação municipal. Além disso, será substituída por outra no mesmo local."