No mês de abril, o custo da cesta básica aumentou em 14 das 17 capitais brasileiras que são analisadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o estudo, a maior alta foi observada em Porto Alegre, onde houve elevação de 5,02% no custo mensal da cesta, seguido de Florianópolis (3,65%), Goiânia (3,53%), Brasília (3,43%) e Fortaleza (3,38%).
Segundo a representante do Dieese no Rio Grande do Sul, Daniela Sandi, a alta de abril foi puxada pelos produtos in natura, em especial o tomate, que registrou variação de 35,69% em Porto Alegre em razão do fim da safra de verão. O produto subiu em 14 das 17 capitais em abril, com taxas maiores nas da região sul: Porto Alegre (35,69%), Florianópolis (28,33%) e Curitiba (26,04%).
— Os produtos in natura têm essa característica de oscilação maior (altas e baixas) por conta de safra, ciclos de produção mais curto e clima. E o tomate é o segundo item de maior peso na cesta, responsável por 11,22% do gasto mensal, ficando atrás somente da carne que responde 40,21% — explica.
Outros oito alimentos também sofreram aumento no preço, contra quatro em queda — destaque para a farinha de trigo, que ficou 4,07% mais barata, e para o óleo de soja, encontrado a um preço 2,87% menor nos últimos 30 dias.
A cesta só não subiu em Natal, onde o preço médio apresentou queda de 1,48% em relação a março, em Salvador (-0,91%) e Belém (-0,57%).
A capital dos gaúchos tem a segunda cesta básica mais cara do país, com o valor médio de R$ 783,55, perdendo apenas para São Paulo, onde a média é de R$ 794,68. Em seguida, estão Florianópolis (R$ 769,35) e Rio de Janeiro (R$ 750,77).
Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 553,89), Recife (R$ 582,26), João Pessoa (R$ 585,42) e Salvador (R$ 585,99).
Com base no valor da cesta mais cara, que no mês de abril foi novamente a de São Paulo, o Dieese calculou qual seria o salário-mínimo ideal no país para cobrir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Segundo a entidade, o salário-mínimo deveria ter sido de R$ 6.676,11 em abril, ou 5,13 vezes superior ao que o mínimo valia no mês passado (R$ 1.302,00).
Nesta semana, o governo federal anunciou o reajuste no valor do novo salário-mínimo do país: a partir deste mês, ele passa a valer R$ 1.320,00.
*Produção: Leonardo Martins