O acúmulo de lixo nas ruas de Porto Alegre, registrado na semana passada por GZH em bairros como Bom Fim e Santana, foi um dos temas da entrevista do prefeito Sebastião Melo ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta-feira (18). Ao comentar os problemas com a coleta de detritos na Capital, Melo afirmou que a empresa responsável pelo recolhimento tem até a próxima semana para normalizar a operação na cidade, ou um processo licitatório emergencial será contratado para suprir as demandas.
— Ontem (quarta-feira, 17) tivemos uma reunião, marquei outra para terça-feira (23), que eu não vou estar, mas o (Cezar) Schirmer (secretário de Planejamento) vai comandar. E dei um prazo para a empresa, até segunda-feira (16), normalizar esse processo — disse Melo, que ainda revelou a intenção de colocar contêineres para lixo seco nas ruas da cidade.
Na quarta-feira (10) da semana passada, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), divulgou nota afirmando que uma "falha pontual" no veículo de coleta automatizada do bairro Menino Deus e região havia agravado a situação — contêineres estavam lotados e transbordando detritos. Na ocasião, havia sacos de lixo pendurados nas laterais dos compartimentos e no chão, muitos já rasgados por catadores. Nesta semana, outro caminhão acabou estragando no bairro Rio Branco.
Sobre melhorias no sistema, Melo disse que criou um sistema de busca ativa na Cootravipa para estabelecer uma comunicação com condomínios da cidade em busca de uma melhor gestão dos resíduos e detritos.
— Na renovação do contrato com a Cootravipa, eu fiz um capítulo especial chamado de "busca ativa". A Cootravipa está indo nos principais condomínios e tentando fazer com que o síndico entregue aquele lixo para a Cootravipa — disse o prefeito.
Segundo Melo, cerca de 50% do lixo da cidade não é recolhido de forma regular:
— Tem muitos síndicos que vendem o lixo também. Tem comércio que não segue a regra da prefeitura. Depois, tem os catadores informais.
Segundo Melo, também é necessário educação ambiental e conscientização da população para a correta separação de lixo.
— Eu sei que a gente faz muita propaganda, faz a comunicação, às vezes, atinge (a população), às vezes, não atinge. Tem que ter uma atenção especial com o lixo, porque o problema começa dentro de casa, as pessoas, na grande maioria, não sabem separar o lixo. Outros não querem separar lixo — completou o prefeito.