Centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais se reuniram em Porto Alegre na tarde desta segunda-feira (1º) em ato pelo Dia do Trabalhador. O evento se iniciou às 14h na Praça Júlio Mesquita, nas proximidades da Usina do Gasômetro, onde um palco foi montado para receber manifestações de políticos, sindicalistas e líderes de movimentos sociais, além de shows musicais e outras atrações artísticas.
A mobilização na praça se encerrou por volta das 18h. Havia previsão de que os manifestantes realizassem uma caminhada pela orla do Guaíba ao fim da programação na praça, mas a atividade foi cancelada. Não houve bloqueios nas vias do entorno durante o ato.
Entre as principais reivindicações estavam a redução da taxa de juros pelo Banco Central e a garantia de melhores condições de trabalho no país, com foco na valorização salarial em âmbito nacional e regional e na redução das jornadas de trabalho.
A manifestação também fez menção a pautas como a revogação das reformas trabalhista e da Previdência, incentivo a programas de habitação, melhorias na educação pública, incluindo a revogação do novo Ensino Médio, e ampliação de políticas sociais.
Este foi o primeiro Dia do Trabalhador do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. Sindicalista de origem, o presidente conta com o apoio das principais centrais sindicais do país. Nesta segunda, ele participou de manifestação em São Paulo.
No ato de Porto Alegre, o tom adotado foi de celebração ao governo federal e críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Conforme um dos sindicalistas que participam da organização do ato, o presidente da CTB-RS Guiomar Vidor, as centrais sindicais enxergam com otimismo o mandato de Lula, mas cobrarão o cumprimento das promessas de campanha.
— O papel das centrais sindicais e do conjunto dos movimentos sociais é pressionar o governo para que mudanças sejam feitas. Nós vamos cumprir o papel de mobilizar os trabalhadores e cobrar que aquilo que Lula prometeu durante a campanha eleitoral seja efetivamente implementado — explica Vidor, que diz estar ciente de que "há uma correlação de forças no Congresso desfavorável às pautas defendidas pela classe trabalhadora".
A agenda cultural do ato incluiu apresentações de artistas como o grupo feminino sertanejo Feminejas, o rapper Dekilograma, a banda de rock Alquimia Voodoo, o grupo Areal do Futuro e a banda do Sindicato dos Músicos do Rio Grande do Sul. O evento também recebeu uma performance teatral da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz com o coletivo Artistas na Rua pela Democracia. A mestre de cerimônias foi a atriz Deborah Finocciaro.
O ato unificado reuniu oito centrais sindicais, entre elas a CUT, a CTB, a Força Sindical, a UGT e a Intersindical.