
Clamando por mais segurança, moradores do bairro Menino Deus saíram às ruas na manhã deste sábado (15). A caminhada “Salvem o Menino Deus” iniciou às 10h, com reunião nos arredores da igreja que dá nome ao bairro, na Rua José de Alencar.
Em torno de 80 pessoas carregaram faixas pela Avenida Getúlio Vargas com dizeres como: “Pagamos nossos impostos e exigimos mais segurança e mais limpeza” e “Queremos nosso bairro mais seguro e mais limpo”.
Parte dos manifestantes vestia camisas brancas, com a estampa “Sou Menino Deus”. A via foi bloqueada pela EPTC, e motoristas tiveram de usar as perpendiculares Múcio Teixeira e Érico Veríssimo para seguir em direção à Avenida Ipiranga. O sentido contrário não foi afetado. No caminho, vizinhos eram convocados a se unir ao protesto.
— Tá horrível, vivemos uma insegurança enorme. Muito assalto, roubo, uma coisa absurda — relatou o representante comercial Dirceu Cardoso, 64 anos, há duas décadas residente do bairro.
A Brigada Militar afirma que há reuniões constantes com a vizinhança, rondas noturnas e patrulhamento ostensivo. Um grupo de WhatsApp com residentes e a polícia foi criado, por onde informações são trocadas constantemente.
A BM pede aos moradores que todo delito, por menor que pareça, seja comunicado às forças de segurança, por meio de boletins de ocorrência, para que criminosos sejam identificados e detidos.
Um carro de som puxou o grupo, com discursos de voluntários.
— Muita gente tem o sonho de morar aqui, não podemos deixar a situação como está — disse uma moradora ao microfone.
O comerciante aposentado Jairo Ribeiro, 60, diz já ter flagrado veículos sendo arrombados, e inclui outra demanda: a crescente população de rua vista nos passeios e junto a marquises do comércio local.
— Sabemos que não é culpa dessas pessoas, mas o poder público precisa fazer algo. Muitos são dependentes químicos e precisam de tratamento, não ficar nas ruas — sugeriu.
A manifestação foi organizado pela Associação Comunitária dos Moradores e Amigos de Porto Alegre - núcleo Menino Deus (Acomapa).
O funcionário público aposentado Mauro Rosa de Paula, 62, compara os dias atuais com duas décadas atrás, quando se instalou na região.
— Era melhor. Foi uma alegria, mas ao longo do tempo vimos a decadência do bairro — opinou.
A caminhada terminou às 11h30min, quando o grupo chegou a uma das pontes sobre o Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga.