O número de focos irregulares de lixo em Porto Alegre diminuiu 50% nos últimos 10 anos, conforme levantamento divulgado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) a pedido de GZH. Em 2013, a Capital contabilizava 459 pontos de acúmulo irregular de lixo. Já em março de 2023, são 233 focos.
O mapeamento é realizado pelas equipes do DMLU responsáveis por monitorar os locais usados para descarte, aqueles que foram revitalizados e possíveis novos pontos com registro de grande volume de detritos.
Conforme a autarquia, o extremo sul e a zona norte da Capital – principalmente nos limites com os municípios de Alvorada e Viamão – registram o maior acúmulo de lixo. A explicação estaria no crescimento demográfico observada na cidade nos últimos anos.
Os dados divulgados são referentes aos anos de 2010 até março de 2023. Por conta das limitações impostas pela pandemia, no ano de 2021 o DMLU não realizou o mapeamento dos pontos. As restrições causadas pela covid-19 também afetaram o trabalho de conscientização ambiental que é feito pelas equipes da prefeitura junto à comunidade. O diretor de gestão e educação ambiental do DMLU, Marcos Salinas, destaca ações como oficinas e palestras com o objetivo de garantir que os jardins sustentáveis que são instalados nos pontos onde havia lixo sejam mantidos. Além disso, o departamento busca informar os moradores onde é possível fazer o descarte correto do lixo e os horários de passagem dos caminhões da coleta orgânica e seletiva.
Salinas ainda reforça que todo o processo é feito para que a comunidade se sinta pertencente e responsável por aquele local:
— Hoje não falamos mais em educação ambiental e sim em conscientização. Chegamos à conclusão de que as pessoas têm a noção correta do que fazer com o lixo, mas, efetivamente, não o fazem. O que buscamos é sensibilizar a comunidade.
300 toneladas por dia
O Departamento considera foco irregular de descarte de lixo todo local onde há acúmulo constante de detritos e em grandes quantidades. As equipes retiram diariamente dos pontos remanescentes, em média, cerca de 300 toneladas de resíduos. Em alguns dos locais, como na região da Severo Dullius, na Zona Norte, é necessário o envio de 15 caminhões para fazer a remoção do lixo.
— Observamos que em terrenos baldios e lugares descampados é muito mais difícil ocorrer a manutenção dos jardins e dos espaços que montamos. No entanto, quando a comunidade abraça a ideia, funciona muito bem e temos ambientes limpos e agradáveis para todos — ressaltou o diretor de limpeza e coleta do DMLU, Alexandre Friedrich dos Santos.
A população também pode contribuir para manter a limpeza dos locais por meio de denúncias. A prefeitura de Porto Alegre recebe as informações pelo canal de atendimento 156. De janeiro até o final do mês de março, o Serviço de Fiscalização do DMLU emitiu 32 autos de infração por descarte irregular de lixo.
A multa estabelecida pelo Código Municipal de Limpeza Urbana para casos de descarte irregular e focos de lixo varia de R$ 3.784,03, considerada uma infração grave, e R$ 7.568,06, para uma infração gravíssima.