O South Summit Brazil 2023 começou oficialmente nesta quarta-feira (29). Após a cerimônia de abertura, e do painel onde Will Weisman e Nizan Guanaes debateram segredos para o sucesso de seus negócios, foi a vez da empreendedora Luiza Helena Trajano subir ao palco principal do evento, ao lado de Verônica Allende Serra.
Verônica é sócia e fundadora da Innova Capital, tendo atuado anteriormente também em grandes empresas financeiras globais, como a Goldman Sachs. Ela conduziu a fala de Luiza Trajano, fazendo perguntas para a presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza e principal responsável por colocar a empresa entre as maiores varejistas do Brasil.
— Nasci em uma família de mulheres empreendedoras. Então, pra mim, esse trabalho sempre foi normal — afirmou Trajano logo no início de sua fala, lembrando que o nome da empresa foi escolhido por causa da sua tia, Luiza Trajano Donato, que ajudou a estruturar e fundar o negócio.
Luiza Helena começou a trabalhar na loja da família aos 12 anos. A empresária destacou que, desde pequena, já questionava a desigualdade social que enxergava pelas ruas do Brasil.
— A desigualdade social é um câncer na nossa sociedade — reforçou Trajano, ressaltando ainda a grande diferença salarial que existe no mercado de trabalho em relação à mulheres e também profissionais negros.
A empreendedora enfatizou a importância do programa de treinees criado pela empresa especificamente para pessoas negras em 2020. Rebatendo mais uma vez as críticas que recebeu na época, Trajano lembrou que, até então, apesar de 53% dos funcionários do Magazine Luiza serem negros, apenas 16% ocupavam cargos de chefia, e o programa de trainees era necessário para ajudar a começar a diminuir essa discrepância.
Falando sobre o mercado, Trajano destacou as dificuldades que a empresa tem para competir com negócios chineses, por exemplo, que estão atuando cada vez mais no território nacional.
— Quando você paga uma grande porcentagem de impostos, mesmo gerando empregos, e seus competidores não, fica muito difícil competir. Queríamos ter as mesmas condições que nossos competidores, e eu não falo isso para proteger a Magalu, mas todo o mercado nacional — afirmou.
Ao final de sua fala de cerca de 25 minutos, Luiza Helena Trajano destacou ainda que tem como grande causa pessoal e objetivo para o futuro lutar cada vez mais para combater a violência contra a mulher. No encerramento do painel, a empresária solicitou que o público também se engaje mais nessa pauta, apontando como referência o Grupo Mulheres do Brasil, organização que batalha pelos direitos das mulheres e da qual Trajano é uma das embaixadoras.