A prefeitura de Cachoeirinha e os coordenadores das Defesas Civis da Região Metropolitana se reuniram nesta quinta-feira (9) para discutir soluções para retirar o lixo que se acumula no leito do Rio Gravataí. No encontro, a Defesa Civil municipal informou que vai instalar uma segunda boia de contenção, semelhante a que foi colocada nesta quinta-feira, para impedir que os detritos se desloquem em direção ao Guaíba quando chover.
Segundo o diretor da Defesa Civil de Cachoeirinha, Vanderlei Marcos, é estudada também a instalação de uma terceira boia montante, no sentido oposto. Esse equipamento pode represar os resíduos que podem chegar ao local.
— Decidimos fazer a colocação de mais uma barreira de contenção, na praça do ecoturismo, um pouco à frente da que foi colocada hoje para evitar que em caso de chuva forte não ocorra vazamento dos resíduos em caso de rompimento caso eles avancem — disse o coordenador.
O equipamento instalado nesta quinta-feira, que foi cedido pela Fepam, está posicionado embaixo de uma das pontes sobre o rio, na entrada da cidade de Cachoeirinha. A boia tem cerca de 30 centímetros acima do nível da água e ainda 50 centímetros de profundidade. A segunda boia será instalada alguns metros à frente.
Participaram presencialmente do encontro representantes de seis dos nove municípios que compõem a bacia do Gravataí: Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Santo Antônio da Patrulha, Canoas e Cachoeirinha. Representantes de Viamão, Glorinha e Taquara participaram online.
Cristian Wasen Rosa, prefeito de Cachoeirinha, disse que o município vem dialogando com as prefeituras da região para resolver o impasse, uma vez que a retirada do lixo exige a realocação de recursos dos municípios.
— Não é uma situação fácil, mas Cachoeirinha está encarando esse problema de frente. Estamos fazendo orçamentos para a contratação de uma empresa especializada para a retirada destes detritos, que como está em um trecho altamente poluído do rio, precisa de equipamentos específicos para sua remoção, além de pessoal devidamente protegido por EPIs. O custo inicial deste serviço é bem alto e teremos de realocar altos recursos para uma situação que não estava prevista —disse o prefeito.
Denúncia e alternativas
Desde a última segunda-feira (6), quando imagens de uma área com cerca de 100 metros recoberta de lixo no Rio Gravataí foram divulgadas em reportagem no RBS Notícias, autoridades da Região Metropolitana vêm estudando alternativas para impedir o avanço dos detritos e direção ao Guaíba. A grande quantidade de resíduos passou a ser visível devido à estiagem que secou o leito do rio naquele trecho.
Na manhã de quarta-feira (8), representantes das prefeituras de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Porto Alegre efetuaram uma vistoria no local com o uso de drones e barco. Na expedição, foi verificado que a profundidade no local varia entre dois e quatro metros — acima da superfície, estão aparentes 40 centímetros de lixo.
Na ocasião, já havia sido apontada como medida paliativa a instalação de boias de contenção, utilizadas para conter vazamentos de óleo e outros resíduos, para impedir o avanço dos detritos em direção ao Guaíba. Também é estudada a retirada do lixo com retroescavadeira ou com pequenos barcos a motor.