Apesar de toda informação disponível sobre o descarte correto de resíduos, há quem ainda não saiba separar o lixo seco do orgânico. Neste sábado (18), funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) estavam em uma tenda montada próximo à Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, representando o projeto Linda Orla Limpa, criado justamente para chamar a atenção da população para esse tema.
Havia folhetos com dicas sobre o descarte adequado de lixo e uma exposição de materiais recicláveis. Quem quisesse jogar fora um objeto de plástico, papel ou vidro, podia usar uma estrutura de metal apelidada de Papa Resíduos. Mas o mais interessante era a possibilidade de receber orientações dos funcionários do DMLU.
Segundo o oficial de gabinete da pasta, Fernando Garcia, é gritante a quantidade de pessoas que não sabem fazer a separação correta do lixo em suas casas e locais de trabalho. Também é preocupante a forma como lidam com os resíduos quando estão na rua. Um exemplo é a própria orla do Guaíba, que vez ou outra vira notícia por amanhecer completamente suja.
— Temos que conscientizar o pessoal que vem aqui na orla para lazer. Tem gente que vem com garrafa, principalmente os jovens, e deixa tudo jogado aqui. Quantas vezes nossa orla amanheceu cheia de resíduos? — lamenta Garcia, lembrando das várias lixeiras do DMLU estrategicamente espalhadas pelo calçadão.
Para quem precisa de informações mais aprofundadas, o DMLU oferece palestras gratuitas em escolas, condomínios residenciais, associações comunitárias e entidades dos setores público e privado. Basta agendar pelo e-mail egea@dmlu.prefpoa.com.br.
Gari, educador ambiental do DMLU e artista plástico que usa de resíduos recicláveis para fazer esculturas, Edu Nunes considera que houve uma melhora no comportamento da população diante do descarte de lixo, mas entende que a sociedade precisa ir adiante no assunto, adotando posturas mais avançadas.
— A gente está nessa batalha para as pessoas separarem os resíduos, mas também precisamos reduzir o consumo de resíduos. Na Europa, não tem mais garrafa de plástico, só garrafa de vidro. Isso precisa ser discutido aqui, pela sociedade, pelo governo, gestores, que precisam cobrar das indústrias. Estamos no século 21 enterrando nossos resíduos. Precisamos discutir tudo isso — instiga.
Um apelo dos funcionários do DMLU é pela própria segurança durante o trabalho. Quando o descarte for de cacos de vidro, é necessário embalar o material em folhas de jornal ou papelão, ou até mesmo colocá-lo em garrafas pet. Em todas as situações, deve-se identificar com a frase "vidro quebrado". Caso contrário, os garis podem se machucar.
O projeto Linda Orla Limpa já passou pelas orlas do Lami, Belém Novo, Ipanema, Guarujá e o trecho 3 da Orla, onde ficam as quadras de skate. No próximo sábado (25), entre 9h e 17h, a tenda ficará na altura da Fundação Iberê Camargo.