Sete casais oficializaram sua união neste sábado (10), durante um casamento celta coletivo realizado como parte da programação do evento Aldeia Medieval, em Porto Alegre. A celebração aconteceu no Vila Flores, no bairro Floresta. O ritual foi conduzido pelo sacerdote Nathair Dorchadas, que atua há 25 anos com espiritualidade celta, e a sacerdotisa Bébhinn Ruàdhan, que faz parte da ordem Walonom (irmandade celta) há 15 anos.
— Hoje a gente teve a oportunidade de rever práticas que permanecem no folclore em uma das tradições célticas antigas. Eles eram tão apegados à questão do casamento, era tão importante para eles, que tinham um manuscrito específico com todas as orientações. Buscamos essas referências e estabelecemos a recriação dessa vivência para celebrar o amor, a aliança entre as pessoas, a conexão com as famílias — explica Dorchadas.
Na celebração, os casais, junto de padrinhos espirituais escolhidos por eles, seguiram os rituais orientados pelos sacerdotes e trocaram votos. A cerimônia incluiu elementos simbólicos característicos da tradição celta: o fogo, como conexão com o reino do céu; a água, como símbolo de ligação com o mundo espiritual; e a corda, utilizada no ritual de handfasting, que representa o entrelaçamento do casal.
— Nos nossos mitos, a gente tem a presença de deuses, deusas, espíritos, que as pessoas conhecem como fadas, e também pessoas reencarnadas, como mães, avós e familiares. Esses elementos todos combinados fazem a imagem do casamento celta — acrescenta o sacerdote.
Os casais
Entre os participantes estavam Jonatan Neugebauer e Greisse Kelly Vasconcelos, juntos há cinco anos. O casal ainda não havia oficializado a união por meio de alguma cerimônia. Escolheram o casamento celta por se identificar com esse tipo de tradição, que faz parte do cotidiano e do relacionamento dos dois.
— Somos fãs de cultura pop, cultura medieval, séries de época. Esse interesse em comum foi algo que nos uniu. Então participar dessa cerimônia, com todos esses elementos simbólicos, é algo que faz muito sentido para nós como casal — conta Jonatan.
Eles explicaram que acompanharam esse tipo de celebração em filmes e outras mídias, mas viver o ritual presencialmente trouxe uma dimensão diferente.
O casal chamou dois amigos para acompanhar o momento e optou por não contar antecipadamente à família, que só soube da união após o evento. Para completar a experiência, escolheram roupas e acessórios inspirados na estética medieval, adquiridos especialmente para a ocasião.
Também participaram Cíntia Agustoni e Raul Heimrich, juntos há 15 anos. Eles planejavam se casar em 2024, mas mudaram os planos por conta da enchente no Rio Grande do Sul. Admiradores da cultura celta, participaram do ritual como forma de celebrar a união, mesmo não sendo praticantes da religião. Eles também usaram vestimentas típicas celtas para a celebração.
Programação
O casamento celta foi organizado dentro da programação da Aldeia Medieval, evento produzido por Ana Freitas e Braian Quevedo Alfonsin, que convidaram o sacerdote para conduzir a cerimônia coletiva.
— No Rio Grande do Sul nunca ouvi falar em casamento celta, coletivo então nem se fala. Pensei: vou trazer isso para a aldeia, vai ser algo novo — contou Ana.
Segundo ela, não há, ainda, previsão de realizar outro casamento celta em Porto Alegre, mas cita outras atividades voltadas ao público que se interessa por cultura medieval e fantasia:
- Festival de RPG e Literatura Fantástica – 12 de julho
- Baile de Máscaras Vitoriano – 6 de setembro
- Aldeia Medieval no Castelo Quebra Iguaçu – 23 de novembro
Mais informações sobre os eventos podem ser encontradas no perfil do Instagram @aldeiamedievalpoa.