O ano de 2022 foi marcado por um ligeiro aumento de mortes no trânsito em Porto Alegre. Conforme balanço divulgado nesta terça-feira (24) pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), foram 75 óbitos registrados entre janeiro e dezembro, três a mais que no ano anterior.
O índice é o maior desde 2018, quando foi observada a mesma quantidade de vítimas fatais. Foram 74 mortes em 2019 e 62 em 2020. Conforme a empresa, os números podem ser ainda maiores, já que ainda pode ter pessoas acidentadas ainda hospitalizadas, correndo risco de morte.
Uma das principais preocupações das autoridades diz respeito ao alto índice de óbitos em ocorrências relacionadas à motocicletas. 54,7% dos casos tiveram envolvimento desse tipo de veículo. Dos 41 óbitos, foram 35 condutores, cinco pedestres e um ocupante.
O diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires, reconhece a necessidade de se intensificar as ações de conscientização específicas para a categoria.
— Talvez a gente precise de alguma forma conseguir trazer a empatia nesse público. Promover ações que consigam de certa forma sensibilizar diretamente essas pessoas. A gente continua tendo tendências de queda em acidentes envolvendo outros públicos, mas infelizmente o de motociclistas não apresenta essa mesma redução — aponta
A prefeitura já planeja, nesta quinta-feira (26), uma operação conjunta com membros da Escola pública de Mobilidade, que vão conversar com os condutores abordados.
Especialistas acreditam que a imprudência por trás dos acidentes de trânsito é resultado de uma ausência de práticas educativas. A presidente do instituto da Fundação Thiago Gonzaga (Vida Urgente), Diza Gonzaga considera que a consciência no trânsito deve estar presente na população desde o início da vida.
— A educação não inicia quando vamos para o Centro de Formação de Condutores com 18 anos. A gente aprende a dirigir desde pequenos. Quando estamos na cadeirinha sem o cinto de segurança ou vemos um pai passar muitas vezes no sinal vermelho. A educação começa em casa — argumenta.
Outros dados
O levantamento aponta ainda para uma maior taxa de fatalidades entre pessoas de 18 aos 25 anos. Foram 19 vítimas nessa faixa etária, um quarto do total de acidentes.
Considerando apenas condutores e ocupantes de motocicleta, foram 36 vidas perdidas, 48% das mortes registradas. Outros 15 óbitos ocorreram entre pessoas que estavam dentro de automóveis (dez condutores e cinco ocupantes), o que representa 19,9%. Foram registrados ainda 20 pedestres (26,6%) e quatro ciclistas (5,3%) que perderam a vida durante o ano passado.