Os ciclistas precisam redobrar a atenção em um trecho de aproximadamente 300 metros de extensão na Rua Déa Coufal, bem na esquina com a Avenida Coronel Marcos, em direção à Avenida Guaíba, no bairro Ipanema, na zona sul de Porto Alegre. O motivo é que a sinalização da ciclovia existente ao lado do meio-fio do trajeto desapareceu após o asfalto da via passar por recapeamento. Na manhã de quinta-feira (8), era possível perceber o problema por quem pedalava por ali.
— Uso essa ciclovia quase que diariamente. Ficou muito ruim porque não tem demarcação — reclama o fisioterapeuta André Fröhlich, 48 anos.
Segundo Fröhlich, a situação se agrava aos finais de semana, quando mais ciclistas trafegam em direção ao calçadão de Ipanema.
— Precisamos desviar dos carros e, às vezes, passamos pela calçada — relata.
O médico Rolnei Corrêa Pinto, 72, que passa pelo local aos finais de semana há 33 anos, quando sai para pedalar em direção à Estrada da Ponta Grossa, também menciona os riscos para os ciclistas.
— O problema é que ali só tem uma mão, que vem da Coronel Marcos para a beira do Guaíba. Na ida, a gente vai perto do meio-fio, mas, na volta, não tem como. Voltamos na contramão porque não tem outro caminho — pondera.
Pinto, que foi atropelado enquanto pedalava na Coronel Marcos há cerca de dois anos, entende que, sem a ciclovia, os perigos são enormes.
— Ontem (feriado de 7 de Setembro), os carros chegavam a fazer fila tripla na Rua Déa Coufal. E os motoristas tocavam os carros em cima da gente — compartilha.
Um poste situado na esquina da Rua Déa Coufal com a Coronel Marcos exibe uma placa com indicação de que há ciclovia no trecho. A poucos metros, perto de uma farmácia localizada no conglomerado comercial do Bologna Mall, onde antigamente ficava o restaurante Bologna, um bicicletário está à disposição da população.
O aposentado Milton Silveira, 64, que costuma passar pelo trecho uma vez por semana, comenta que reparou no cenário.
— É temporário, devem refazer a ciclovia. Enquanto não tem, é perigoso — reconhece.
O sargento do Exército Francisco Botelho Silva, 39, acredita que a falta de sinalização da ciclovia oferece riscos.
— Realmente, ficou muito ruim. Os carros ficam "lambendo" a gente, e a ciclovia é a segurança para o ciclista — observa.
A médica Daniela Brunelli, 42, se preparava para correr e aproveitar a manhã ensolarada no começo do trecho sem sinalização. Ela conta que costumava realizar suas corridas pela ciclovia porque a calçada não é muito adequada à prática esportiva.
— Antes, a ciclovia aqui era bem demarcada e sinalizada com marcação visual — atesta. — Quem circula pela região sabe que tem a ciclovia — acrescenta, salientando que os motoristas respeitam os ciclistas que passam pelo trajeto.
A sinalização da ciclovia reaparece logo após a esquina da Rua Déa Coufal com a Avenida Guaíba, na curva onde começa o calçadão. Porém, as demarcações necessitam de reforço de pintura em alguns pontos ao longo do trajeto da orla.
O que diz a prefeitura
A prefeitura de Porto Alegre explicou, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), sobre a situação da ciclovia sem sinalização. Confira, abaixo, a íntegra da nota:
“A revitalização da ciclovia, que começa na Déa Coufal e segue pela Avenida Guaíba, está sendo viabilizada, por meio de aditivo no Termo de Alienação de Solo Criado por Contrapartida (Tascc), da prefeitura com a Melnick. O valor tem origem da compra de solo criado para a construção de um empreendimento da empresa, localizado na rua Santa Cecília. Atualmente, o projeto se encontra em fase de ajuste de orçamento do projeto. Passada esta etapa, e feito o asfaltamento do trecho da Avenida Guaíba, a ciclovia será reimplantada. A previsão é que isso ocorra até o final do ano.”