As girafas de concreto que enfeitam a calçada em frente à Escola Infantil Girafinha Travessa, na Rua da República, já são uma espécie de monumento da Cidade Baixa. No entanto, é mais frequente elas serem vistas danificadas do que inteiras. No último dia 21 de fevereiro, as diretoras da escola depararam com o que consideraram a pior violência já cometida contra as estátuas: uma tentativa de quebrar as patas para furtar a menor da dupla. Por sorte, não conseguiram.
— Pela primeira vez, não quebraram a cabeça ou o pescoço, mas sim as pernas para levá-la embora. Foi um vandalismo mais pesado do que os anteriores, pois ela ficou caída, pendurada, sem que conseguissem retirá-la. Removemos dali para protegê-la — conta Pâmela Bubols, uma das gestoras, que complementa: — Faz uns sete ou oito anos que as girafinhas estão na rua, e sempre sofrendo com esse problema. É praticamente uma manutenção mensal, pois não ficamos mais do que um mês com elas inteiras ali.
A reincidência fez com que instalassem uma câmera em frente ao portão, no intuito de vigiar os mamíferos de concreto e ferro. No entanto, não foi possível identificar quem tentou roubar a peça decorativa, pois, segundo Pâmela, o rosto da pessoa estava coberto. Ela diz que as imagens ficam armazenadas apenas por 14 dias, fato que não permite que o vídeo seja visto outra vez.
Antes de o monitoramento existir, ela complementa, era comum que vizinhos registrassem cenas de brincadeiras entre grupos de pessoas tentando quebrar as mascotes. Elas foram reforçadas com estrutura de concreto no contrapiso, de maneira a manter as estátuas mais estáveis. Porém, nos últimos dias de fevereiro, a menor precisou voltar para a manutenção.
— É bem complicado. Entendemos que detalhes como as orelhas ou o rabo sejam mais frágeis e fáceis de quebrar enquanto o pessoal tenta tirar foto, ou até criança brincando. Mas a cabeça, e o que aconteceu agora, das patas, é bem mais difícil. Este foi o maior susto. Vamos precisar refazer as pernas que quebraram, e também todo o contrapiso. Não temos estrutura maior para fazer do que isso — detalha Pâmela.
É esperado que o prejuízo financeiro desse reparo seja de R$ 800, além das reformas nas cercas que tentam defender o perímetro das duas girafas, com um custo médio de mais R$ 400, segundo Pâmela.