Kizomba é um estilo de música e de dança muito popular na África. Nascido na Angola, país localizado no sul do continente, teve origem entre as décadas de 1950 e 1960 nas grandes farras conhecidas como “kizombadas”. Com o passar dos anos, o ritmo foi associado a outros gêneros (como o merengue), tornando-se ainda mais animado. Já a palavra kizomba vem da língua kimbundu e significa “confraternização” ou “festa”.
Por aqui, o termo africano ganhou um sentido especial, o da solidariedade. Isso porque dá nome ao Instituto Cultural Kizomba, localizado na Rua Travessa dos Sobrados, 115, em Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre. Em uma casa azul, de esquina, é onde crianças e adolescentes recebem reforço escolar, têm aulas de balé e podem passar o tempo em meio aos livros da biblioteca.
A equipe conta com cerca de 21 pessoas que atendem mais de cem famílias da comunidade, com a ajuda de doações e apoio do Mesa Brasil.
A ONG alvoradense surgiu em 1996 da vontade de dar apoio a quem necessitava.
– O nome foi o meu irmão quem deu. Iniciamos como um grupo de pessoas que fazia ações. Ocupávamos a escola Campos Verdes, onde foram instalados dois CAICs (Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente). Quando levamos os alunos para um evento de dança em Santa Catarina, pediram o nosso CNPJ, mas não tínhamos. Retornamos e fomos saber como dar entrada na documentação – recorda a presidente do Instituto Maria Luisa Rodrigues.
Falta de dinheiro é desafio
Obrigado a deixar as dependências da escola, o Kizomba precisou encontrar outro local para continuar exercendo as atividades. Um terreno baldio transformado em lixão, ao lado de um campo de futebol, chamou atenção da equipe, que rapidamente pensou: “vamos construir nossa sede ali”.
Partindo do zero, procuraram a prefeitura da cidade com objetivo de conseguir a documentação do espaço até que descobriram uma verba da qual poderiam iniciar o sonho. As obras levaram pouco mais de dois meses.
No dia 9 de agosto de 2017 foi oficialmente inaugurada a sede do Instituto Cultural Kizomba. Na entrada, uma placa com provérbio africano “muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra” foi colocada para dar as boas-vindas.
Materiais
Os desafios, no entanto, continuam até hoje. Para que o número de assistidos possa ser ampliado, é necessária a construção de novas salas. A ideia é que a ampliação seja realizada nos fundos do terreno, onde há uma área vazia, mas falta o dinheiro.
– Precisamos da base, de materiais como cimento e areia. Fui atrás daqueles caminhões que transportam cimento pronto, pois muitas vezes as empresas não têm onde colocar as sobras, mas hoje está muito difícil conseguir. Já ganhamos a cobertura com a doação de um CTG. Pensei até em pedir ajuda para os jogadores de futebol da dupla Gre-Nal – projeta Maria Luisa.
Para ajudar
/// Informações sobre como ajudar o Instituto Cultural Kizomba podem ser enviadas por e-mail instituto.kizomba@gmail.com