Um grupo de recicladores realizou um protesto em Porto Alegre na manhã desta quinta-feira (4). Eles caminharam pela Avenida Castelo Branco até o prédio da prefeitura alegando que estão sendo prejudicados por estarem supostamente sendo proibidos de recolher o lixo.
Cerca de 70 pessoas saíram da igreja Nossa Senhora dos Navegantes, na Avenida Sertório por volta das 8h. Carregando cartazes pedindo o direito de recolher o lixo, eles ingressaram na avenida que liga a freeway à Avenida Mauá.
Conforme as lideranças do movimento, a manifestação é para que seja delimitada uma área de ação dos recicladores autônomos em Porto Alegre. Além disso, querem que sejam derrubadas as "multas de trânsito" aplicadas contra eles na Capital.
— A gente está sem renda. Queremos uma flexibilização da lei que proíbe que peguemos o lixo. O DMLU está proibindo até que recolhemos o lixo dentro de condomínios — diz Venâncio Castro, 64 anos.
Esta não é a primeira vez que a classe se manifesta contra medidas da prefeitura. Em abril, recicladores alegaram que seus materiais estavam apreendidos e os veículos sendo multados.
Por nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) diz que a prefeitura está conversando com os recicladores, recebeu dados das coletas e montou uma força-tarefa para analisar a situação. Conforme o órgão, ainda faltam alguns documentos para o regramento.
A EPTC e a Brigada Militar acompanharam a caminhada. Por volta das 10h eles chegaram ao prédio da prefeitura.
Confira a nota da Prefeitura:
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) informa que as multas são apenas a aplicação do Código Municipal de Limpeza Urbana, Lei 728/14. A prefeitura está conversando com os recicladores sobre a coleta de resíduos em Porto Alegre. O DMLU recebeu dados parciais dos informais (como quantitativos de resíduos coletados, região de atuação, número de pessoas envolvidas no processo e modalidade de coleta). Há uma força-tarefa organizada para tratar com os coordenadores do movimento, que ainda aguarda algumas documentações jurídicas pendentes. Reforçamos a postura de diálogo adotada pela gestão atual, mas há a necessidade de regramento nas coletas da cidade.