Com o decreto da semana passada que proíbe a venda de bebidas durante a madrugada nas ruas do bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, comerciantes e moradores da Cidade Baixa reivindicam medidas semelhantes à prefeitura. Durante reunião realizada na tarde desta terça-feira (16), eles cobraram mais fiscalização e apresentaram reivindicações sobre problemas recorrentes na região. O encontro, que contou com a presença do prefeito Sebastião Melo, foi convocado pela prefeitura na última sexta-feira (12).
O barulho e a sujeira nas ruas estão entre as principais reclamações, tanto de moradores quanto de comerciantes. Eles cobram mais fiscalização das medidas previstas pelo decreto publicado em 3 de abril de 2018, que proíbe som alto e a venda e o consumo de bebidas alcoólicas pelas ruas entre meia-noite e 7h.
Moradores e comerciantes devem construir propostas para retificar o decreto, e um novo encontro com o Executivo deve ocorrer na próxima semana.
A presidente da Associação dos Moradores Unidos da Cidade Baixa, Alexandra Canseco, que participou do encontro, comenta que os residentes do bairro precisam acionar a Brigada Militar semanalmente, entre quinta-feira e domingo, para conter as aglomerações e descumprimentos do decreto. Ela pontua que é necessário que haja fiscalização das regras já estabelecidas para uma convivência harmônica no bairro.
— Tudo o que é demais é ruim. Não compactuamos com a ideia de bairro boêmio. Queremos que ele seja cultural. Todos têm direito à diversão, mas é preciso cumprir o decreto. Os moradores não são contra o comércio. Somos favoráveis ao comércio regular, desde que cumpra os horários e regras previstas — salienta.
Limitações
Morador e proprietário de um estabelecimento comercial na Cidade Baixa há 20 anos, Moacir Biasibetti também cobra mais fiscalização. Ele ressalta que é necessário coibir a venda de bebidas nas ruas durante as madrugadas, assim como vem ocorrendo no Moinhos de Vento.
Ele lembra que o decreto de 2018 prevê que, nas sextas-feiras, sábados e vésperas de feriados, os estabelecimentos funcionem até as 2h. Já entre domingo e quinta-feira, o horário limite é até a 1h. Ele comenta que o consumo de bebidas de pé, fora das mesas dos estabelecimentos, além de provocar aglomerações, aumenta, também, a produção de lixo, que acaba sendo abandonado pelas ruas.
— A Cidade Baixa é um dos bairros mais seguros de Porto Alegre, mas temos esse problema do barulho, do lixo, além de muitos moradores de rua. Não adianta fazer novo decreto sem fiscalização — comenta o empresário.