Os trabalhadores da empresa Litucera Limpeza e Engenharia Ltda., que realizam o recolhimento de lixo domiciliar em Porto Alegre, paralisaram as atividades na noite desta sexta-feira (15). Diversos moradores relatam que há lixo espalhado pelas ruas da cidade na manhã deste sábado (16).
A prefeitura da Capital, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, informou que trabalha com caminhões próprios para amenizar os impactos causados pela paralisação que pode prejudicar a coleta domiciliar das madrugadas de sábado e domingo.
As coletas de contêineres e seletiva permanece normalizada, segundo a secretaria.
A Litucera atua em caráter emergencial desde junho no município. Os funcionários reclamam sobre o pagamento do vale-alimentação por parte da terceirizada. A prefeitura informou que o repasse só pode ser realizado após a constatação de que todos os documentos, inclusive os que tratam dos direitos trabalhistas, estejam de acordo com a legislação.
A documentação entregue pela terceirizada na quinta-feira (14) está em análise. Uma vez que o conteúdo esteja regularizado, o pagamento deve ser efetuado na próxima segunda-feira (18).
Moradora do bairro Jardim Botânico, Maria Elisabete Martinelli acordou cedo neste sábado e deparou com os rejeitos que deveriam ter sido recolhidos durante a noite.
— Quando abri a janela vi que o lixo de ontem ainda estava em frente de casa. Já tive que pegar de volta porque se não começa a vir cachorro para espalhar — contou.
Em razão da chuva, alguns sacos de lixo acabaram se espalhando. Embalagens e restos de alimentos chegaram a ocupar parte da rua Barão do Amazonas.
VERSÃO DOS TRABALHADORES
Os garis alegam que o vale-refeição está atrasado há uma semana. A empresa chegou a prometer o pagamento na sexta-feira (15), o que não foi feito. Durante a manhã deste sábado, as duas partes tiveram reunidas. Um representante da terceirizada garantiu a transferência para segunda-feira (18).
— Nós estamos tentando providenciar a normalização do vale para às 10h — explica o supervisor Luciano da Silva
Um dos porta-vozes dos funcionários diz que a empresa chegou a dizer que não tinha verba suficiente e acabou voltando atrás.
— Nós ficamos uma semana trabalhando ser receber. Chegaram a nos dizer que não tinham recurso pra nos pagar — conta o gari Miguel Ângelo.