![Júlia Klein / MTST Júlia Klein / MTST](https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35578784.jpg?w=700)
Depois de deixar terreno na Avenida da Azenha, em Porto Alegre, o projeto Cozinha Solidária, coordenado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), já possui um novo espaço para distribuir refeições à população de rua e pessoas com dificuldades financeiras, entre trabalhadores formais, informais e desempregados.
Na manhã desta quarta-feira (13) a Polícia Federal realizou uma reintegração de posse do terreno que pertence ao governo federal, obrigando os voluntários a desocuparem o local que vinha sendo utilizado desde o dia 26 de setembro.
Desde o final da manhã, a entrega das marmitas tem sido feita na praça Princesa Isabel próximo ao antigo espaço. Já a produção dos alimentos está sendo realizada na Rua Marcílio Dias na residência de uma moradora, que cedeu a sua cozinha de maneira provisória.
— Mantemos nosso compromisso de fornecer alimento a quem mais precisa e seguimos buscando uma alternativa definitiva para o projeto na região — explica um dos coordenadores da Cozinha Solidária Eduardo Osório.
As negociações com o poder público já vem sendo feitas desde a última semana. A prefeitura de Porto Alegre chegou a sugerir a apresentação de um Termo de Permissão de Uso (TPU), que permite a utilização de um espaço pertencente ao município por um período provisório. Novas conversas podem ser feitas nos próximos dias.
Já o governo estadual se reuniu na última segunda-feira com representantes do MTST e prometeu assumir a entrega de 200 refeições diárias no PopRua RS, serviço com intuito semelhante, localizado no bairro Praia de Belas. A proposta no entanto não agradou o movimento social. Como o objetivo é beneficiar a população que circula na Azenha, eles acreditam que um espaço em outro ponto da cidade afastaria o público-alvo, que não teria condições de se deslocar até o local.
O que diz a União:
Responsável pelo prédio, a União se manifestou, por meio da Advocacia-Geral da União , em nota:
"A AGU pautou-se pela preocupação com as pessoas no local, uma vez que o imóvel encontra-se em situação precária, com problemas estruturais. Tal risco foi atestado por vistoria recente realizada pela Superintendência do Patrimônio da União no Estado do Rio Grande do Sul.
Vale lembrar que o prédio encontrava-se fechado com cercas e cadeados, que foram violados. Nenhuma iniciativa de cunho social pode subverter a ordem legal, principalmente quando se trata de um patrimônio público e que coloca em risco a integridade das pessoas."