A Pinto Bandeira é uma das ruas mais coloridas do Centro Histórico de Porto Alegre– um oferecimento das lojas de tecidos e aviamentos, conhecidas pelos mais longevos como “armarinhos”. São 18 lojas em um quarteirão de 150 metros, entre as ruas Alberto Bins e Voluntários da Pátria. Em prateleiras que alcançam o teto, há uma infinidade de fitas, tecidos, rendas, fios, novelos de lã, vendidos para atacado ou varejo.
A Roda Gira é uma das mais antigas, criada em 1981. O gerente Gilmar Deporte Ferreira, 56 anos, foi trabalhar ali quando saiu do quartel – as clientes mais antigas não deixam esquecer que o conhecem “desde que tinha cabelo preto”. A maior parte da freguesia é composta por costureiras e artesãs, mas também vem estudantes de moda, conta.
Aviamentos são todos os acessórios relacionados a costura – botões, zíper, linhas, velcro, cola –, embora tenha gente que presuma outra coisa.
— Mais de uma pessoa já telefonou pedindo alimento para aves — ri a sócia-proprietária e filha dos fundadores, Caroline Moraes Leite, 45 anos.
Ela faz questão de fazer propaganda dos seus produtos, seja no strass brilhante colado na máscara que usa para trabalhar ou nas aplicações de flor em tecido rosa que dão outra cara à sua jaqueta jeans:
— Uso coisas da loja para dar ideia às clientes.
Alguns metros ladeira acima fica outra loja antiga da rua: a Pinto Bandeira Aviamentos, ex-Casa 609, já tem 32 anos. Também está na segunda geração, sob direção do casal Sirlei Weiler e Décio Antônio Bohn. Foi o pai dela que fundou: já tinha um atacado em Novo Hamburgo e migrou para o endereço atual em razão do polo que havia se formado ali.
Valéria Cabreira Brust, 52 anos, vem de Capão da Canoa para comprar na loja “há umas duas décadas”. Ela é varejista de tecidos e miudezas na cidade do Litoral Norte, e o que não encontra direto das fábricas consegue comprar na Pinto Bandeira.
— Aqui eu encontro o que eu preciso, caminhando bem pouquinho.
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