Na manhã seguinte ao incêndio que destruiu a maior parte do prédio da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), equipes de diferentes órgãos ainda buscam informações sobre o que foi perdido e fazem buscas aos dois bombeiros desaparecidos na ocorrência. Ainda não há informações precisas sobre o que provocou o incêndio, mas as informações iniciais não apontam para causa intencional, conforme o vice-governador e titular da pasta, Ranolfo Vieira Júnior.
— Não tem nada nesse momento que leve a crer na possibilidade de incêndio criminoso. Mas nós não podemos descartar qualquer possibilidade nesse momento. Vamos apurar à exaustão todas as circunstâncias do fato — disse, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (15).
A investigação do caso será conduzida pela 17ª Delegacia de Polícia, na Capital. Conforme Vieira Júnior, a apuração deve começar pelo contato com quatro pessoas que trabalhavam no prédio quando o incêndio começou, pouco antes das 22h. O relato, ainda superficial, é de que uma fumaça saía do teto do quarto andar, onde funcionava um setor da Susepe.
Questionado sobre o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI) do prédio, o vice-governador afirmou que ele estava em "fase de execução". Desta forma, a empresa contratada ainda fazia ajustes no local.
— Tínhamos a contratação de uma empresa privada que estava terminando a execução do PPCI, tudo dentro da mais absoluta normalidade e legalidade. Me recordo de ver, nos corredores, novos extintores de incêndio sendo colocados, dentro do que previa o PPCI. Esse trabalho não estava concluído ainda. Era um trabalho de seis, oito meses, e ainda estava no segundo mês de execução. Não tenho condições de dizer o que faltava, e isso vai entrar na apuração que vamos fazer.
Dois bombeiros que ajudavam no combate às chamas são considerados desaparecidos, um tenente e um sargento. Conforme o vice-governador, a busca pelos dois servidores é a absoluta prioridade das equipes no momento:
— São experientes, segundo o relato do comandante-geral. Nosso objetivo nesse momento é localizar os dois, e torcer para que possamos localizá-los com vida. Esse é nosso objetivo maior.
Serviços
No prédio, funcionavam diferentes órgãos ligados à segurança pública. Conforme Vieira Júnior, o segundo andar era formado pelo Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI). O terceiro e quarto andares eram ocupados pela parte administrativa do Instituto-Geral de Perícias e, principalmente, pela Susepe e pela Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen). No quinto e sexto andares, além de parte do sétimo, funcionava o Detran. No oitavo, estava o gabinete do secretário e algumas direções de departamento. Por fim, o nono andar abrigava um auditório e um restaurante.
Diversas reuniões ao longo do dia serão feitas para que se avalie o que, de fato, foi perdido. O Estado trabalha no momento para o restabelecimento de parte dos serviços, mas o vice-governador garante que a atividade-fim está garantida:
— Que a sociedade gaúcha fique absolutamente tranquila, porque não há qualquer reflexo na atividade-fim da segurança pública. Os policiais estão na rua, não saíram da rua.