A queda de uma árvore de grande porte sobre os portões de um condomínio no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, manteve moradores do edifício isolados desde as 18h de sábado (26). A porta principal e as duas garagens ficaram bloqueadas pela planta, que tem cerca de 15 metros de altura. A árvore caiu quando a Capital registrava o momento mais forte da chuvarada que se abalou sobre o Rio Grande do Sul no fim de semana. Ninguém entrou e ninguém saiu do prédio até as 14h30min deste domingo (27), quando a saída dos pedestres foi liberada. Os veículos continuam sem poder se movimentar, porque as portas das garagens estragaram com o incidente.
A árvore batia no quinto andar do prédio de seis andares, localizado na Avenida Lageado. Ao cair, quebrou vidros, protetores de ar-condicionado e ficou em cima de todo o portão, limitando a passagem à porta de entrada do condomínio e às duas garagens.
— Muitas pessoas tiveram de procurar onde dormir porque não conseguiram ingressar no edifício. Quem estava dentro não conseguia sair, desde a tardinha de sábado — descreve uma moradora, que prefere não se identificar.
Ela tem cópia de uma queixa que fez à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smam) em janeiro, no qual alerta que a árvore estava se inclinando progressivamente e poderia cair. A moradora do quarto andar do prédio afirma que jamais teve retorno ao pedido de providências.
O Corpo de Bombeiros foi acionado logo após a árvore tombar, mas não conseguiu retirá-la durante a noite. De acordo com o primeiro-tenente Rafael Vieira Cabral, era necessário um caminhão cesto para podar e ir "fatiando" a planta, até que o portão fosse liberado, e isso se tornou difícil durante a escuridão, porque oferecia risco para os bombeiros.
Um veículo desse tipo foi conseguido junto à Sman e a poda da árvore começou ao amanhecer deste domingo (27). A liberação do portão de pedestres só aconteceu no meio da tarde.
14 mil árvores para poda
O secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia, considera a queda da árvores na Avenida Lageado um transtorno atípico, porque bloqueou totalmente a entrada de um prédio. Mas admite que o protocolo para corte da planta tinha sido feito no início do ano. Acontece que a prefeitura tem uma demanda atual de 14 mil pedidos de poda ou remoção de vegetação.
— É muita demanda para pouco funcionário. Temos uma força-tarefa que tenta zerar os pedidos de poda vindos de outros anos. Já estivemos em 18 mil solicitações, agora são 14 mil — informa Garcia.
O titular da SMSurb ressalta que cada poda só pode acontecer após laudo de um engenheiro-agrônomo, até por exigência legal. Isso dificulta a aceleração do processo.