Visitado no canil de Esteio, Pirata quase não deixava Danielle Marmontel Matos falar de tanto que lambia o rosto dela. A policial civil que participou do resgate do pinscher de oito anos na semana passada aceitou o convite de GZH para rever o cachorro, que estava muito mais alegre e à vontade do que no primeiro encontro deles.
— Ele está um amor, nos recebeu com muito carinho. Está com bem menos medo do que no dia da ação — destaca Danielle.
Pirata foi resgatado no dia 19 em Esteio, na Região Metropolitana, após uma denúncia por maus-tratos. O dono do cachorro sacudia o animal e o forçava a cheirar fumaça de cigarro de maconha, como mostravam imagens enviadas à polícia. Ele foi indiciado por crueldade contra os animais e posse de entorpecentes. O nome do homem não foi divulgado devido à Lei de Abuso de Autoridade.
O veterinário Carlos Penner explica que é muito estressante a situação a qual Pirata era submetido, além de prejudicial à saúde — um cachorro tem o olfato 44 vezes superior ao do ser humano. Ele diz que o pinscher está clinicamente bem e já está calmo, “dentro da normalidade que se espera de um cãozinho”.
Agora Pirata vai para um lar temporário até que o processo judicial seja concluído, como explica a coordenadora do setor de bem-estar animal de Esteio, Luciane Baretta. Como há um procedimento judicial em curso, é preciso aguardar a decisão que definirá a adoção definitiva dele.
Mas já não faltam pretendentes para adotar Pirata. Danielle relata que dezenas de pessoas ligaram para a polícia se candidatando a ser tutor responsável do cãozinho.
— Mandaram fotos da família, dos animais que já possuem e tudo — anima-se a policial.
A ação na semana passada foi dirigida pelo delegado Mario Souza e faz parte da Operação Arca da 2ª Delegacia Regional Metropolitana. Em 21 edições, 195 animais foram resgatados.
Danielle, que tem três cachorros em casa, o Bud, o Glock e a Mayume, destaca que esses resgates trazem muita satisfação a todos os policiais envolvidos.
— É uma situação que nos comove. A gente vai para casa sabendo que houve um final feliz — diz ela.
Denúncias anônimas de maus-tratos como esse podem ser feitas pelo telefone (51) 3425-9063, pelo e-mail canoas-sipac@pc.rs.gov.br ou pelo WhatsApp (51) 98459-0259.