O boletim de monitoramento ambiental divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Centro Estadual de Vigilância Ambiental aponta para o crescimento na concentração do Sars-CoV-2 – vírus que transmite a covid-19 – em arroios e em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) de Porto Alegre, Região Metropolitana e Vale do Sinos. Para os pesquisadores, o resultado é reflexo do avanço da pandemia e o aumento no número de casos nessas localidades.
Em Porto Alegre, é possível verificar crescimento gradativo no percentual de amostras positivas:
- 12,5% entre 10 e 16 de maio
- 42,9% na primeira semana de junho
- 83,3% no final de junho
- 40,0% entre 5 e 11 de julho
- 100% na segunda metade de julho até agosto
O levantamento ainda aponta que a partir do mês de julho, todas as estações de tratamento de esgoto passaram a registrar a presença do vírus – a última foi a Estação Serraria, na zona sul, que vinha até então com resultados negativos.
O monitoramento destaca ainda que a maior carga viral foi detectada em Novo Hamburgo - a porcentagem, no entanto, não foi divulgada. O resultado foi observado na estação de tratamento de esgoto Mundo Novo e no Arroio Pampa/Rio dos Sinos.
Nesta etapa do monitoramento, também foram recolhidas amostras de água das ETEs da Corsan nas cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas e Gravataí, com resultados positivos em todos os municípios.
Situação dos arroios
Até o momento, as autoridades sanitárias não trabalham com a possibilidade de que exista algum indício de contaminação pelo vírus através da água. No entanto, há preocupação quanto a elevada concentração do Sars-CoV-2 nos arroios, ultrapassando, em alguns locais, a de algumas estações de tratamento.
Para a vigilância ambiental, essa constatação é um indicativo de que existe uma quantidade significativa de esgoto cloacal que chega nestes locais e aponta para a falta de saneamento e redes de tratamento de esgoto. Assim, a contaminação pode ocorrer por outros micro-organismos e parasitas.