A oitava rodada da pesquisa Epicovid19-RS, realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), verificou que um em cada 72 gaúchos estão ou foram contaminados por coronavírus recentemente. Os dados, apresentados nesta quinta-feira (10) em live nas redes sociais do governo do Estado, retratam o período mais ativo do vírus no Rio Grande do Sul desde o início da pandemia, em março.
Conforme a UFPel, 1,38% dos gaúchos têm anticorpos ao coronavírus — o que significa que foram infectados em um intervalo entre cinco e 45 dias ou que tiveram sintomas mais severos da doença em um prazo mais longo. A prevalência estimada passou de 1,22% em agosto para os atuais 1,38%, o que é considerado o menor aumento relativo entre as etapas. Segundo a universidade, esse dado sugere desaceleração no contágio.
— Embora seja o volume mais alto desde o início a pesquisa, iniciada em abril, os números mostram que o Rio Grande do Sul conseguiu adiar a chegada do vírus, e, mesmo quando chegou, foi em menor intensidade do que em outros Estados e regiões — afirma o reitor da UFPel, Pedro Hallal, mencionando que alguns estados do Norte e Nordeste, onde o contágio se acelerou antes, tiveram mais de 20% da população com anticorpos.
A pesquisa estima que 156.753 gaúchos (volume que pode variar de 120,3 mil a 200,6 mil, pela margem de erro) têm ou já tiveram coronavírus recentemente. Os números estão alinhados ao controle da Secretaria Estadual da Saúde (SES), que mostra que 147.576 gaúchos já foram acometidos pela covid-19 desde o início da pandemia.
Na atual etapa do levantamento da UFPel, foram realizados 4,5 mil testes, dos quais 62 deram positivo. As contaminações foram identificadas principalmente em Canoas (19), Passo Fundo (10), Porto Alegre (9) e Santa Cruz do Sul (6). Nove cidades foram visitadas pelos técnicos entre a última sexta-feira (4) e o domingo (6) — além das já mencionadas, a lista inclui Pelotas, Caxias, Santa Maria, Ijuí e Uruguaiana.
O levantamento também mediu o distanciamento social no Rio Grande do Sul, e verificou estabilidade nos números. Mostrou que um terço (33,2%) da população sai de casa diariamente, 54,1% saem para atividades essenciais, como compra de alimentos e medicamentos, e 12,7% se mantêm sempre em casa.