A prefeitura de Porto Alegre está analisando o projeto de recuperação estrutural do Viaduto dos Açorianos e pretende, em 30 dias, elaborar o edital para escolher quem executará as obras.
A empresa contratada para detalhar os problemas da estrutura entregou o resultado do trabalho na semana passada. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) explica que os técnicos estão avaliando o material e ainda não conseguem divulgar o diagnóstico.
O viaduto foi interditado em maio depois que equipe da Smim constatou graves anomalias na estrutura de transição entre o terreno natural e o viaduto em si, parte chamada de encontro. Nas análises preliminares, foram encontradas rupturas e deformações em vigas, além de rachaduras nos pilares.
Técnicos da prefeitura notaram os problemas em agosto de 2019, em vistoria anual, e solicitaram a contratação de uma empresa para a elaboração de laudo técnico. Foi realizada, pela primeira vez em mais de 10 anos, inspeção na parte interna do viaduto.
Essa deve ser a maior intervenção realizada no viaduto de 202 metros de extensão desde a construção, em 1973. A prefeitura ainda não sabe quanto vai custar a obra.
— O orçamento para a recuperação do Viaduto dos Açorianos necessita uma análise complexa, uma vez que estão incluídos muitos itens de serviços diferenciados. O projeto que recebemos traz dados bastante detalhados da situação das estruturas do viaduto e suas patologias, bem como projetadas todas as intervenções necessárias para a execução da obra — afirma o secretário da Smim, Marcelo Gazen.
O projeto foi elaborado dentro do prazo de 55 dias e teve investimento de R$ 84.457,97.
É possível que o viaduto não tivesse chegado nesta situação com a manutenção preventiva das chamadas “juntas de dilatação”. Elas estão obstruídas com sujeira, terra e água, o que dificulta a movimentação das partes de concreto e gera danos estruturais. Segundo a prefeitura, há quase 20 anos não eram feitas essas manutenções.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana garante que realizou vistoria nos 21 viadutos da cidade desde o ano passado. Foi solicitado à Secretaria de Serviços Urbanos a retirada de vegetais que danificam as juntas de dilatação, mas a pasta garante que nenhuma outra estrutura apresenta riscos.
Bloco de carnaval não correu risco, segundo o secretário
O secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Marcelo Gazen. garante que o forte tremor sentido por foliões quando o Bloco da Laje passava por cima do Viaduto dos Açorianos, em janeiro, em nada tem a ver com os problemas estruturais que levaram à interdição da estrutura e descarta a possibilidade de risco na ocasião.
— Se passa muita gente pulando, ou um ônibus, ou um caminhão de grande porte, a sensação de movimento é normal — garante.
Na ocasião, Fernando Martins Pereira, engenheiro civil e diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, explicou que, se um grupo tão numeroso passa por um viaduto ou ponte com a mesma frequência de pisada ou pulo, pode criar um efeito de ressonância.
Ouvido novamente por GaúchaZH, destacou que são “fenômenos diferentes”:
— A vibração se dá por ressonância da estrutura, avaliada pela análise dinâmica, conceito definido por norma.