A pequena casa de madeira situada no trajeto da nova ponte do Guaíba teve parte de sua estrutura demolida nesta quarta-feira (22). Doze agentes da Polícia Rodoviária Federal atenderam à ordem da Justiça Federal e acompanharam o oficial de Justiça, as equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e funcionários da desocupação, necessária para prosseguir com a obra.
A residência está localizada na Ilha Grande dos Marinheiros. Ela era dividida entre um galpão — peça demolida nesta quarta — onde Jonas Alves do Amarante, 64 anos, guardava seu cavalo e o material reciclado, e a residência, com quarto e cozinha. O morador teve a possibilidade de retirar seus pertences antes da derrubada do cômodo.
Não há previsão para a derrubada total da casa.
A estrutura foi adquirida de uma sobrinha há 10 anos, segundo Almeida. Esta era a única construção ainda em pé na passagem. O homem afirma não ter abandonado o local, pois falta um acordo. Pela Justiça, ele é considerado um invasor. A documentação da compra estaria com uma das filhas, que tenta mudar o entendimento dos juízes sobre a posse do imóvel.
O morador conta que na quinta-feira (23) irá na Polícia Federal verificar se há novidade no processo.
— Se eu não conseguir um acordo, não sei o que vou fazer. Não tenho onde morar — afirma.
De acordo com o padre Rudimar Dal Asta, conhecido na região das Ilhas por seu trabalho social com a comunidade, Almeida não está conseguindo receber auxílio do Dnit e não receberá indenização, pois não participou do cadastro que foi realizado pela autarquia em 2014.