Os trens da Trensurb circularam com atraso na manhã desta sexta-feira (26) no trecho de Canoas. Devido ao frio, foi constatada uma rachadura nos trilhos. As composições passaram a circular por uma via nos dois sentidos entre as estações Canoas e Fátima. O atraso entre as viagens era de três minutos. O conserto foi finalizado por volta das 11h3omin.
Em nota, a empresa informou que "quando ocorrem grandes quedas de temperatura, os trilhos tendem a se contrair e produzir tensões sobre as soldas".
As equipes de manutenção foram ao local e para colocar uma tala no trilho e liberar a circulação. Durante a noite, farão a troca dos trilhos.
Como as viagens estão ocorrendo a cada 15 minutos no horário afetado pelo problema devido à pandemia de coronavírus, não há relato de estações lotadas.
Há um ano, houve situação semelhante. No dia 27 de junho de 2019, devido ao frio, os trilhos racharam na estação Farrapos, em Porto Alegre. Na época, a empresa informou que mudanças bruscas de temperatura podem causar o problema.
Leia a nota da Trensurb na íntegra
"Sobre a via única desta manhã
As vias dos sistemas metroferroviários normalmente adotam trilhos longos soldados para permitir uma circulação mais suave dos trens, proporcionando mais conforto aos passageiros. No caso da Trensurb, as barras de trilhos, em geral, com 18 metros de comprimento, são soldadas continuamente através do processo aluminotérmico. Em todo o sistema, são aproximadamente 15 mil soldas em 180 quilômetros de trilhos. Como todos os elementos metálicos, os trilhos sofrem alteração de dimensões com a variação de temperatura. Na via, as regiões de solda são os pontos mais vulneráveis, principalmente por constituírem pontos de descontinuidade de material, que absorvem os esforços decorrentes das variações de temperatura, além daqueles originados pela aceleração e frenagens dos trens.
Além de inspeções diárias na via, a Trensurb também tem adotado medidas para melhorar a qualidade dos processos de soldagem de trilhos, utilizando equipamentos de ultrassom, porém, quando ocorrem grandes quedas de temperatura, os trilhos tendem a se contrair e produzir tensões sobre as soldas. Quanto maior for a variação da temperatura maiores são essas tensões. O que ocorreu na Trensurb foi consequência da grande variação de temperatura (a máxima no dia 24 foi de 30ºC e a mínima na madrugada do dia 26 chegou aos 8ºC). É importante destacar, também, que o serviço não deixa de ser oferecido aos passageiros em virtude dessas ocorrências. Situações desse tipo fazem parte da rotina ferroviária - alterar horários e/ou prestar o serviço em via única -, nesses casos, a estratégia operacional buscou a melhor alternativa na prestação do serviço, de forma a minimizar o impacto na vida do usuário. Situação semelhante atinge não somente metrôs e ferrovias no Brasil, temos registro de ocorrências desse tipo em todo o mundo, inclusive, por exemplo, no metrô de Washington, durante o verão no hemisfério norte."