
O comandante do 9º Batalhão da Brigada Militar (BPM), tenente-coronel Luciano Moritz, voltou a defender, nesta terça-feira (25), o uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para conter as situações de desordem registradas durante as noites de Carnaval na Cidade Baixa. Conforme Moritz, essa é a única opção técnica que garante a segurança dos policiais e uma dispersão sem riscos às pessoas que estão nas ruas do bairro.
— (Utilizamos) para evitar o contato entre os arruaceiros e a polícia. Precisamos pensar na integridade do nosso policial. Eu não posso expor o meu policial a risco neste trabalho feito à frente. Então, sim, é a única técnica que encontramos para manter a segurança do nosso policial e fazer a dispersão também com segurança dos arruaceiros. Obviamente, terceiros acabam sendo molestados, se sentem incomodados, mas não se pode agradar a todos. É importante não restar feridos, mas principalmente demonstrar a presença da ordem — afirma Moritz.
Na madrugada desta terça-feira (25), segundo o comandante, os policiais utilizaram apenas bombas de gás lacrimogêneo. Nas duas madrugadas anteriores, também foram usadas bombas de efeito moral, que produzem som alto e luz intensa.
O comandante do 9º BPM, responsável pelo policiamento na área central de Porto Alegre, também diz que há agentes infiltrados entre os frequentadores da Cidade Baixa para prender criminosos.
— É o nosso trabalho de inteligência, que está infiltrado na multidão, detectando pontos de droga, traficância, e tanto é verdade que, na segunda noite, tivemos uma prisão que eu chamo de “shopping das drogas”. Prendemos um traficante oferecendo diversos produtos. Essa noite tivemos outra prisão também. Os grupos criminosos encontram ali um ponto ideal para fazer seu tráfico — relata Moritz.
Nas três últimas noites e madrugadas, as ações de dispersão da BM foram feitas em ruas internas da Cidade Baixa, após o fim do horário de apresentação dos blocos de carnaval, feitas na Praça Garibaldi. Conforme o comandante do 9º BPM, durante a apresentação dos blocos não houve registro de ocorrências.
A BM relata que tem utilizado as técnicas de dispersão quando ocorrem brigas ou confusões entre os frequentadores. Segundo a polícia, os problemas registrados na última madrugada foram menores em comparação ao que ocorreu nas duas noites anteriores.
A Secretaria da Cultura de Porto Alegre avalia que o Carnaval de rua oficial, realizado na Praça Garibaldi, foi um sucesso, pela terceira noite consecutiva.
— Eu respondo pelo Carnaval oficial da cidade de Porto Alegre, que está organizado. O público do Carnaval não é esse público que entra em conflito. O que testemunhei na Praça Garibaldi são famílias, crianças de colo. A gente não pode misturar a multidão que quer brincar o Carnaval com esses grupos — avalia Alabarse.
Por entender que são grupos diferentes, o secretário da Cultura também alerta que um eventual deslocamento do carnaval de rua da Cidade Baixa para outro ponto da cidade, como a Orla, pode não resolver os problemas registrados durante a madrugada.
— Quem é que garante que não haverá grupos, perturbadores da ordem, baderneiros (na Cidade Baixa) se o Carnaval for para a Orla? — questiona Alabarse.