Se uma multidão lota a Cidade Baixa desde sábado (22), durante e depois dos blocos no Carnaval de rua, o temporal que atingiu Porto Alegre na noite desta terça-feira (25) dispersou o público e impediu que o bairro boêmio tivesse outra madrugada de comemoração. Ou, até mesmo, problemas com a Brigada Militar.
Quando a folia terminou na Praça Garibaldi, palco oficial do evento, milhares de pessoas avançaram pelas ruas Lima e Silva e José do Patrocínio — não para prolongar a festa, mas para se abrigarem em marquises e postos de combustíveis.
Foram poucos os que resistiram ao mau tempo e permaneceram no bairro nas primeiras horas da quarta-feira (26). A madrugada começou tranquila, sem barulhos de bombas de gás lacrimogêneo ou de efeito moral, que por três noites seguidas foram ouvidos pela vizinhança . Por volta da 1h, um brigadiano que montava guarda confessou:
— Hoje (a dispersão) foi por São Pedro — disse.
Comerciantes recolheram mesas e cadeiras antes do horário previsto.
— Acabou cedo o movimento dos bares. Para nós, foi tranquilo, o pessoal foi embora mais cedo — confirmou o Cleiton Wismann, gerente de um dos bares mais tradicionais da Lima e Silva.
O que restou nas ruas foram sacos plásticos, embalagens e garrafas pets, um amontoado de lixo que se espalhou com a força da chuva. Às 2h, funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) já estavam a postos recolhendo os restos da folia ao redor da Praça Garibaldi. Foram retirados cerca de 340 sacos de lixo — cada um com capacidade para 100 litros. Por outro lado, vários tonéis disponíveis para o descarte estavam vazios.
Segundo a prefeitura, nos três primeiros dias de Carnaval de rua, mais de 150 mil pessoas aproveitaram a celebração na Praça Garibaldi. Os blocos retornam à Cidade Baixa no sábado (29), dentro do circuito oficial do evento.