Porto Alegre

À beira do Guaíba

Trapiche, cachorródromo e roda-gigante: o que está previsto no edital do trecho 2 da Orla

Abertura dos envelopes está marcada para 20 de março, e concessão valerá por 35 anos, com valor de contrato de R$ 512 milhões para o período

Divulgação / PMPA
Hoje, na área do Trecho 2 está localizado o Anfiteatro Pôr do Sol

O edital para revitalização e concessão do trecho 2 da orla do Guaíba foi lançado na tarde desta terça-feira (14) no Paço Municipal. Entre as intervenções previstas, destaca-se a construção de uma das maiores rodas-gigantes da América Latina, com pelo menos 80 metros de altura (veja abaixo comparações). A área de 850 metros de extensão conectará a Orla Moacyr Scliar, entregue em 2018, e o já em obras Trecho 3, junto ao Parque Marinha do Brasil, com prazo de entrega para outubro deste ano.

A abertura dos envelopes está marcada para 20 de março, e a concessão valerá por 35 anos, com  investimento previsto de R$ 512 milhões ao longo desse período. A prefeitura não deve gastar nada nas obras e pretende ganhar um valor de outorga fixa (de no mínimo R$ 200 mil), além de 2% da receita bruta anual. 

A empresa vencedora não poderá cobrar entrada no parque urbano, apenas em atrativos como a roda-gigante, que tem custo estimado de R$ 44 milhões. Também será responsável pela manutenção, zeladoria e segurança da área.

No ano passado, a prefeitura havia anunciado o lançamento do edital para outubro. O secretário de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, explica que o adiamento ocorreu em razão do desligamento de funcionários da equipe e para esclarecer questionamentos do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público.

Na cerimônia de lançamento, no Salão Nobre do Paço Municipal, prefeito e secretários destacaram a repaginação da Orla como um todo. Após a inauguração do Trecho 1 (Orla Moacyr Scliar), estima-se receber cerca de 2 milhões de pessoas ao ano. O Trecho 3, focado em esportes, está em obras, assim como a Usina do Gasômetro, com previsão de entrega em março de 2021. O governo também pretende conceder o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia) à iniciativa privada. Sobre o Trecho 2, Nelson Marchezan acrescentou:

Cesar Lopes / PMPA
Prefeito Nelson Marchezan: "Atração única"

— A roda-gigante será uma atração turística única, e esse projeto tem características nossas, singularidades do porto-alegrense, como o cachorródromo e o teatro de arena.

Questionado sobre a poluição do Arroio Dilúvio (cuja foz fica junto ao Trecho 2) e do Guaíba, o prefeito admitiu que 44% do esgoto da cidade hoje não é tratado e lembrou que o governo está estudando a concessão de serviço de saneamento à iniciativa privada.

— Tratam-se de investimentos que Porto Alegre não têm capacidade de fazer. Depois disso, de fazer nosso dever de casa, poderemos olhar para cidades vizinhas (que também poluem o Guaíba) para cobrar.

O governo pretende assinar o contrato com a empresa vencedora da licitação ainda neste semestre. A partir de então, a construção do parque urbano deverá ocorrer em dois anos.

O que deverá ter no trecho 2 da orla:

  •  Uma roda-gigante de pelo menos 80 metros de altura, com cabines panorâmicas de capacidade mínima para seis pessoas.
  •  Cachorródromo com área mínima de 400 metros quadrados.
  • Um anfiteatro (a empresa pode decidir se quer manter e reformar o Pôr do Sol ou removê-lo e construir um novo).
  • Caminhos e decks.
  • Ciclovia.
  • Três passarelas, inclusive uma conexão com o Trecho 3 sobre a foz do Arroio Dilúvio.
  • Uma praça com área mínima de 3 mil m² para recepcionar e distribuir os fluxos de usuários, contando também com o Centro de Apoio ao Usuário
  • Um parque infantil de 800m², incluindo equipamentos dedicados à primeira infância.
  • Um trapiche de no mínimo 70 metros de extensão, com rampa de acesso à água apta para pequenas embarcações e equipamentos de prancha.
  • Estacionamento para pelo menos 150 veículos. 
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