O projeto de lei que flexibiliza a presença de cobradores nos ônibus de Porto Alegre está causando atrito entre membros da Câmara Municipal. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta sexta-feira (20), o vereador Moisés Barboza (PSDB) criticou a atitude da presidente da Casa, Mônica Leal (PP), durante a sessão de quinta-feira, que mais uma vez viu a pauta cair por falta de quórum.
Por volta das 19h da quinta, Mônica abandonou a sessão alegando questões médicas. De acordo com a presidente, ela teve queda de pressão acompanhada de tonturas. O diagnóstico foi feito pelo ambulatório da Câmara.
Barboza, porém, não acreditou na justificativa e acusou Mônica de ter realizado uma manobra política com orientação de integrantes da oposição. De acordo com ele, o vereador Engenheiro Comassetto (PT) foi à frente da tribuna e sugeriu que a presidente saísse do plenário.
— É explicito que foi uma manobra. Ela foi orientada pelo PT e PSOL a se retirar do plenário. É muito estranho que uma pessoa se retire sorrindo do plenário e, poucos minutos depois, apresente um atestado médico — disse.
O vereador ainda sugeriu que a atitude de Mônica se deu em razão de motivos pessoais, principalmente em relação a possíveis desavenças individuais com o prefeito Nelson Marchezan.
Questionado sobre a situação do projeto neste momento, Barboza afirma que a votação ficará distante, em razão de a sessão de quinta ter sido a última da Câmara no ano de 2019. A partir de segunda-feira, o Legislativo entra em recesso.
Em respostas às acusações, Mônica Leal afirmou, ainda durante o Gaúcha Atualidade desta sexta, após a entrevista com Barboza, que as declarações não passam de calúnias, e que o vereador terá de responder por elas.
— Isso é uma irresponsabilidade tão grande que ele terá que responder por isso, mediante protocolo da saúde, da doutora, da medicação, do próprio ambulatório. Nós estávamos prontos para votar, eu estava na tribuna para defender a minha emenda — afirma.
Mônica também acusou os vereadores Moisés Barboza, Mauro Pinheiro (Rede) e Valter Nagelstein (MDB) de machismo.
— O que ocorre com o vereador Moisés e com esses governistas é que, quando a presidente da Câmara é uma mulher, acontece isso. É um absurdo o que estão fazendo. Sou uma pessoa posicionada, não preciso de manobra. Se não concordo com o governo eu não tenho diálogo, isso beira o machismo — ressalta.