Fundador da primeira tribo carnavalesca de Porto Alegre — os Caetés — e da escola de samba União da Vila do IAPI, Hélio Dias morreu na tarde desta quinta-feira (3), aos 92 anos. Após duas internações nos últimos 60 dias, estava hospitalizado havia uma semana na Capital.
Em julho deste ano, Tio Hélio, como era chamado, foi homenageado pelo Clube Floresta Aurora por sua dedicação à festa popular, cuja memória ajudava a recuperar quando procurado por integrantes e dirigentes das escolas. Antes de ficar com a saúde debilitada, mantinha o hábito de participar de reuniões semanais em uma confraria de amigos feitos no Carnaval.
Sua contribuição à história dos desfiles na cidade começou em 1946, quando, aos 19 anos, integrou o grupo de fundadores de Os Caetés, única agremiação pela qual pisou na avenida. Não tinha origem indígena, mas aprendeu a dançar para acompanhar a tribo.
— Uma vez índio, sempre índio — dizia.
Passou pela transição entre blocos e escolas de samba e, em 1990, ajudou a criar a Vila do IAPI. Durante 28 anos, fez parte da hoje extinta Associação das Entidades Carnavalescas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul (Aecpars) e, como servidor da Secretaria Municipal de Administração, por quatro anos, foi cedido para a Epatur, no período em que a empresa organizava a festa.
Também era conhecido como Cabrocho — apelido pelo qual atendia prontamente, dando uma gargalhada na sequência. Era costume seu chamar os homens por "cabra" e as mulheres por "cabrocha" ou "guria bonita".
Ele deixa três filhos: Iara, Jussara e Hélio Júnior. Também tinha oito netos e 12 bisnetos.
O velório está marcado para se iniciar às 8h30min desta sexta-feira (3), na capela 2 do Cemitério João XXIII, em Porto Alegre. O sepultamento está previsto para as 16h.