Cerca de 80 passageiros sofreram com os transtornos causados pela chuva e por uma medida de suspensão das operações no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, durante a madrugada desta terça-feira (17).
Por medida de segurança — relatada por funcionários —, foi necessário impedir a circulação de pessoas pela pista de pousos e decolagens por risco de raios. Com isso, passageiros que chegaram do Rio de Janeiro em um voo da companhia Azul ficaram impedidos de ingressar na área de desembarque por meio do ônibus que faria o deslocamento do avião, pousado na pista.
Após sair da aeronave, o grupo foi conduzido a uma espécie de contêiner, sem estrutura como banheiros. Eles permaneceram no local da 1h20min às 3h30min, até que o piloto do avião permitiu que eles retornassem à aeronave.
Neste período, as bagagens ficaram paradas na chuva. Os pertences ficaram todos molhados.
Os passageiros relataram que algumas pessoas haviam passado por cirurgia recentemente e outros eram cardíacos, ampliando o problema. Uma denúncia em grupo foi efetivada à ouvidoria do aeroporto.
— O pior de tudo foi a falta de informação. A gente compreende as coisas, mas deixar as pessoas sem água, sem comida, sem banheiro... — diz o empresário gaúcho Cristiano de Lima, que mora no Rio de Janeiro.
A assessoria de imprensa da Fraport, empresa que administra o complexo, informou que a suspensão das operações no solo é procedimento padrão em casos onde há "incidência de raios nas proximidades do sítio aeroportuário". Segundo a concessionária, os passageiros impedidos de desembarcar no período ficaram em uma estrutura conhecida como Mamuth, espécie de túnel que faz a ligação entre a aeronave e o solo.
Em relação às bagagens, a Fraport disse que "a companhia aérea é responsável por elas desde quando são despachadas na origem até sua restituição no destino". "Portanto, para quaisquer esclarecimentos sobre este tema, pedimos entrar em contato com a companhia aérea", destacou trecho do comunicado.
GaúchaZH procurou a Azul, que se manifestou também por meio de nota:
"A Azul lamenta a decisão unilateral da Fraport, empresa que administra o terminal de Porto Alegre, que optou pela suspensão de todas as suas operações durante a chuva que caiu nesta madrugada na capital gaúcha. Em função da medida, parte do desembarque ficou retido por duas horas e as bagagens de alguns Clientes da Azul do voo AD4455, que partiu do Rio e pousou em Porto Alegre, ficaram expostas à chuva. A companhia ressalta que trabalhou para minimizar os impactos transtornos ocorridos a seus Clientes".
Confira a nota da Fraport na íntegra:
"A Fraport Brasil - Porto Alegre informa que, devido à incidência de raios nas proximidades do sítio aeroportuário em 17/9, as operações de solo foram suspensas no aeroporto das 1h30 às 3h15. Um voo da companhia aérea Azul pousou às 1h18 e chegou à posição para desembarque às 1h24. Os primeiros passageiros desembarcaram e ingressaram no ônibus que faria o transporte destes até o Terminal de Passageiros. Quando a operação de solo foi suspensa, os demais passageiros que se encontravam na estrutura acoplada à aeronave para o desembarque não puderam realizar o desembarque para o ônibus por questões de segurança.
Por decisão do comandante responsável pelo voo, os passageiros não puderam retornar à aeronave, permanecendo na estrutura até que a situação fosse normalizada.
Sobre as bagagens, esclarecemos que a companhia aérea é responsável por elas desde quando são despachadas na origem até sua restituição no destino. Portanto, para quaisquer esclarecimentos sobre este tema, pedimos entrar em contato com a companhia aérea".