As eleições municipais em Porto Alegre pós-redemocratização tiveram no topo das listas de campeões de votos para a Câmara de Vereadores figuras dos mais variados matizes ideológicas e idades.
Ora tinham alinhamento com o prefeito escolhido pela população, ora estavam na linha de frente da oposição. Relembre e veja por onde andam os ex-vereadores da Capital mais votados desde 1988.
1988 - João Dib (PDS)
Último prefeito nomeado da Capital, entre 1983 e 1985, concorreu à Câmara Municipal em 1988 e angariou 9.112 votos. Nas eleições seguintes, sempre foi reeleito, cumprindo, ao todo, 10 mandatos no Legislativo municipal. Em 2012, decidiu não disputar a reeleição, abandonando a vida pública. Às vésperas de completar 90 anos, continua acompanhando periodicamente os trabalhos do Legislativo e vive com a esposa no bairro Auxiliadora.
1992 - Jair Soares (PDS)
Governador do Estado pelo PDS (hoje PP) entre 1983 e 1987, Soares voltou à política em 1992, pelo PFL (hoje DEM) para disputar a vereança da Capital, para a qual conquistou 12.614 votos. Dois anos depois, foi eleito deputado federal e, em 2004, deputado estadual. Concorreu à prefeitura de Porto Alegre em 2004 e à Assembleia Legislativa em 2006, mas não foi eleito em nenhuma das ocasiões. Atualmente, aos 85 anos, integra o diretório estadual do PP.
1996 - Maria do Rosário (PT)
Eleita pelo PCdoB em 1992, Maria do Rosário conseguiu a reeleição pelo PT em 1996 com 20.838 votos. Não chegou a concluir o mandato, sendo eleita deputada estadual em 1998. Foi duas vezes deputada federal antes de concorrer à prefeitura de Porto Alegre, em 2008, quando foi derrotada no segundo turno por José Fogaça. Depois disso, foi eleita deputada federal por mais três mandatos e ocupou o cargo de secretária nacional de Direitos Humanos. Atualmente, dedica o mandato à tentativa de barrar a proposta de reforma da Previdência que tramita na Câmara Federal.
2000 - José Fortunati (PT)
Vereador mais votado da história da Capital, Fortunati recebeu 39.989 votos — mais do que seis candidatos a prefeito naquela eleição. Então vice-prefeito, foi derrotado por Tarso Genro nas prévias internas do PT. Em 2002, ingressou no PDT. Foi eleito vice-prefeito na eleição de 2008 e assumiu a titularidade no Paço Municipal em 2010, quando José Fogaça (MDB) saiu para concorrer ao governo do Estado. Foi reeleito prefeito em 2012, com 65% dos votos em primeiro turno. Em 2017, ingressou no PSB e concorreu a deputado federal no ano seguinte. Sem conseguir a eleição, deixou a legenda. Neste ano, anunciou que vai morar um ano em Portugal para fazer mestrado em Ciência Política.
2004 - Ibsen Pinheiro (PMDB)
Quadro histórico do MDB gaúcho, disputava a segunda eleição depois de ter o mandato de deputado federal cassado em 1994. Tentou, sem sucesso, uma vaga na Assembleia Legislativa em 2002. Em 2004, recebeu 22.994 votos e voltou à Câmara Municipal, para onde já havia sido eleito em 1996. Permaneceu apenas dois anos na Casa, ao conseguir se eleger deputado federal em 2006. Em 2014, voltou a concorrer à Assembleia, ficando na suplência mas exercendo boa parte do mandato. Não concorreu na eleição passada e, atualmente, integra a executiva estadual do MDB.
2008 - Maurício Dziedricki (PTB)
Natural de Curitiba (PR), o petebista alcançou o segundo mandato como vereador em 2008 chancelado por 15.454 eleitores. No ano seguinte, foi nomeado secretário de Obras e Viação. Concorreu a deputado federal em 2010 e ficou na suplência. Em 2011, tornou-se secretário de Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa. Foi eleito deputado estadual em 2014 e, em 2016, concorreu à prefeitura de Porto Alegre, ficando em quarto lugar com 97.939 votos (13,68%). No ano passado, foi eleito deputado federal com 83.617 votos. Entre as causas defendidas por ele, estão a proteção às crianças e a desburocratização.
2012 - Pedro Ruas (PSOL)
Dois anos depois de conquistar 14.609 votos e se tornar o vereador mais votado da Capital, Ruas deixou o mandato para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa. Tentou a reeleição em 2018, mas, mesmo conseguindo mais de 50 mil votos — número superior à maioria dos deputados estaduais eleitos — ficou de fora da atual legislatura, por conta do quociente eleitoral. Atualmente, é coordenador da bancada do PSOL no Legislativo gaúcho.
2016 - Fernanda Melchionna (PSOL)
Uma das fundadoras do PSOL, Fernanda alcançou o terceiro mandato na Câmara Municipal em 2016, obtendo 14.630 votos. No ano passado, concorreu à Câmara Federal e conseguiu ser eleita com 114.302 votos, sendo a mulher mais votada e a oitava colocada no ranking geral. Dedica o mandato a causas como os direitos das mulheres e da população LGBT+ e a luta contra o contingenciamento de gastos para a educação.