Passar um tempo considerável esperando pelo ônibus é comum aos moradores de Porto Alegre. Por isso, a estrutura dos terminais é importante. O Diário Gaúcho foi conferir a situação de pontos de embarque e desembarque de bairros das zonas Norte, Leste e Sul. A Blitz DG levou em conta a condição das paradas, a limpeza dos locais e a infraestrutura dos terminais. No geral, as condições estão regulares. O que muda é a estrutura.
Entre as situações que chamaram atenção está o terminal Nilo Wulff, na Restinga. O local apresentava problemas pontuais de manutenção durante a visita do DG, como a falta de água nos banheiros – em razão de corte na rede antiga da Restinga, que já foi solucionado – e um buraco no piso de uma das plataformas – que também foi consertado pela prefeitura.
Conservação
Atendente em rede de fast-food, Danielle Soares da Silva, 19 anos, costuma chegar do trabalho por volta de 00h30min, quando desembarca. Ela diz que o local é iluminado e há fiscais.
– Fico mais tranquila, pois sempre vem alguém da família me buscar. O pior problema aqui são os banheiros, está horrível, não tem como entrar – diz ela.
Na Zona Norte, a atendente de padaria Priscila dos Santos Martinez, 27 anos, relata que o Terminal da Vila Safira, no bairro Mário Quintana, é bem iluminado e limpo, mas não há segurança.
– Eu venho na hora certa de pegar o ônibus e no desembarque não fico muito por aqui – conta ela.
Para o motorista aposentado Carlos Alberto Cidade, 72 anos, os terminais poderiam contar com as tabelas horárias das linhas. Segundo ele, a orientação recebida é ligar para a EPTC. Porém, a sensação de insegurança não lhe permite usar o celular na parada.
Força-tarefa
O cuidado com os pontos de embarque e desembarque da Capital é dividido entre setores da prefeitura. Por meio de nota, a EPTC explica que é responsável pela operação nos terminais e realiza diariamente fiscalização nestes locais. Quando identifica a necessidade de reparos ou melhorias, encaminha para os órgãos responsáveis.
Segundo a prefeitura, técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) também fiscalizam os locais.
O resultado das vistorias serve de base para as ações necessárias nos locais. A estimativa do Executivo é de que, até dezembro, as ações contemplem os terminais de maior trânsito de usuários, como o Nilo Wulff.
Além disso, a prefeitura diz que avalia ampliar ações de contrapartida do setor privado, semelhante ao que está ocorrendo no Terminal Triângulo, na Zona Norte.
Terminal Che Guevara (Restinga Velha)
Paradas: conta com abrigos de telhado metálico. A estrutura aparenta ser nova, com pouquíssimos buracos. Passageiros reclamam da falta de iluminação, já que a parada não conta com luminárias.
Limpeza: no momento da visita da reportagem, funcionários da prefeitura faziam a limpeza do local. Também existem lixeiras.
Infraestrutura: o ponto possui apenas dois bancos para os passageiros aguardarem pelos coletivos. Há piso tátil e rampas de acessibilidade, mas não há banheiros no local.
Terminal Nilo Wulff (Restinga Nova)
Paradas: os abrigos são de concreto, já que a estrutura é mais antiga. Existem bancos e sinalizações de onde ocorre o embarque de cada linha.
Limpeza: uma equipe da prefeitura trabalha no local cuidando dos banheiros e também limpando o terminal. Existem lixeiras.
Infraestrutura: é o terminal que apresenta estrutura mais completa entre os visitados. Entretanto, alguns pontos apresentam problemas. Há rampas e pisos táteis, mas alguns pontos estão com pedras do piso soltas. Banheiros em péssimo estado de conservação.
Terminal Rua Derly Ferreira de Paula (Lomba do Pinheiro)
Paradas: os abrigos são bem semelhantes aos instalados na Praça Che Guevara, na Restinga. Mas o telhado está mais conservado, sem furos ou sinais de vandalismo.
Limpeza: o local é limpo, mas não tem lixeiras, apenas alguns tonéis utilizados pelos funcionários das empresas de ônibus.
Infraestrutura: o embarque não possui sistema de iluminação, nem estrutura de banheiros. Apenas um cômodo onde os funcionários das empresas de ônibus fazem seus intervalos – esta área possui banheiro, mas o acesso é restrito aos rodoviários. O local tem rampas, mas não há piso tátil para facilitar o deslocamento de deficientes visuais.
Terminal Leopoldina (Rubem Berta)
Paradas: a estrutura é superior se comparada às existentes na Praça Che Guevara e na Lomba. Os pontos têm cobertura metálica maior, porém o número de assentos é reduzido – direcionado para pessoas idosas, gestantes ou com necessidades especiais.
Limpeza: o ambiente é limpo e fiscais fazem o cuidado do local. Existem lixeiras.
Infraestrutura: conta com iluminação, rampas e piso tátil, assim como a sinalização das linhas que circulam ali. Porém, não há banheiros públicos.
Terminal Vila Safira (Mario Quintana)
Paradas: têm estrutura semelhante à do Terminal Rubem Berta. Porém, as paradas apresentam mais danos, como pedras soltas e telhas metálicas furadas ou amassadas pelo choque dos ônibus.
Limpeza: não parece ser limpo com frequência, mas são disponibilizadas lixeiras.
Infraestrutura: tem iluminação, rampas e piso tátil. Apesar de indicação das linhas, usuários pedem que sejam disponibilizadas as tabelas horárias. Há uma pequena casa com banheiro e espaço para uso dos rodoviários, mas o acesso não é aberto ao público.