Quem utiliza o transporte municipal de Cachoeirinha vai pagar mais pela passagem a partir deste sábado. Isso porque a prefeitura e o Conselho Municipal de Transportes aprovaram o aumento no preço da tarifa. Agora, o custo é de R$ 4,60 – R$ 0,30 mais caro do que o valor até então em vigor. A alteração foi oficializada na quinta-feira, com a publicação no Diário Oficial de Cachoeirinha.
O acréscimo chega uma semana depois de as linhas metropolitanas também passarem por alteração em sua tabela de preço, com reajuste de 6,66% nas tarifas. Um dos fatores para que estes reajustes ocorram tão próximos é o dissídio dos rodoviários, que começa a valer sempre em junho de cada ano.
— As empresas fazem os pedidos nessa época para cobrir estes custos do dissídio mas também entram outros fatores — explica o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana de Cachoeirinha, Joaquim Fortunato da Silva.
Seletivo
No sistema municipal, o aumento também atinge as linhas da modalidade seletiva. Neste caso, a passagem foi de R$ 6 para R$ 6,25 — acréscimo de 4,1%.
— Quando foi enviada a planilha para o conselho municipal, o pedido da empresa era de R$ 4,85 para as linhas comuns e R$ 6,75 para o seletivo — explica o secretário.
O titular da pasta diz que a proposta foi reduzida para os valores finais depois de discussões dos membros da entidade representativa, que inclui, além prefeitura e a empresa Transbus — operadora das linhas municipais —, associações e representantes da sociedade civil.
Para os passageiros, serviço não é satisfatório
Quem usa as linhas municipais não gostou da notícia do aumento. Duas reclamações são as mais frequentes entre os usuários: atrasos e lotação. Para a vendedora Sirlei Gonçalves Nitzke, 58 anos, a troca do ônibus por aplicativos de transporte está virando rotina.
— Demora tanto para passar que a gente acaba chamando um carro de aplicativo. Agora, por exemplo, já estou esperando há uns 40 minutos — explicou ela, enquanto aguardava para voltar da região central para a Vila Anair, onde mora.
O metalúrgico Gabriel Carbonell, 19 anos, utiliza o sistema municipal para se deslocar do bairro Granja Esperança até seu trabalho. Para ele, o preço cobrado não compensa o serviço oferecido:
— É comum pegar ônibus com bancos quebrados. Em dia de chuva, tem carros com goteira, também. É um absurdo esse preço pela falta de conforto.
Os horários atrasados também incomodam a dona de casa Edith Ferreira Lima, 75 anos. Ela cita que, enquanto aguarda, muitas lotações, que fazem o transporte seletivo, costumam aparecer.
— E ônibus, que a gente precisa, não vem. Aí, se estou com pressa, tenho que pagar mais caro na lotação que faz o mesmo trajeto — reclama Edith.