A partir desta quinta-feira (11), as bicicletas de aluguel e patinetes elétricas que caíram nas graças dos porto-alegrenses ganharão companhia. Começa na Capital o primeiro serviço de aluguel de bicicletas elétricas, o Volta E-bike.
Inicialmente, o Volta contará com quatro unidades, com retirada e devolução na Fundação Iberê Camargo — até junho, deve contar com um aplicativo, e mais tarde, com estações semelhantes às do BikePOA. Desde as 14h até as 19h desta quarta-feira (10), no entanto, é possível fazer um teste drive dos modelos utilizados no novo serviço. A partir de amanhã, para ter acesso ao serviço, os usuários terão de ir até o museu para alugar uma bike. O custo será de R$ 30 a hora, e é preciso deixar um caução no valor de R$ 500 (estornados na devolução) para poder circular com o modelo.
—Esse primeiro momento é basicamente para testar a adesão do público, o valor a ser cobrado e os problemas que poderão surgir — diz a cofundadora da Volta, Marilin Parode.
No começo da tarde desta quarta-feira, a reportagem testou uma das bicicletas elétricas. À distância, o modelo em preto fabricado em São Paulo não difere muito do convencional: feito em alumínio, tem selim de altura regulável, freio nas duas rodas e um par de espelhos retrovisores. Chegando um pouco mais perto, é possível identificar o pequeno motor e a bateria, localizada na parte de trás. No guidão, um velocímetro, reguladores de assistência e um indicador de carga compõem a estrutura do modelo de sete marchas escolhido pela start-up.
Oscilou entre o susto e a diversão a experiência de pouco mais de 20 minutos no entorno da Fundação Iberê Camargo. Isso porque, ao contrário do que desavisados podem imaginar, elétrico não é sinônimo de barbada. Quer dizer, o funcionamento é simples: basta apertar um botão vermelho para ligar o motor, e escolher um dos três níveis de assistência, entre baixo, médio ou alto — eles definem o quanto de esforço o usuário terá de fazer para ganhar velocidade.
O que pode pegar os usuários de surpresa — sem dúvida surpreendeu a repórter — é que a diferença entre o modelo elétrico e uma bicicleta comum se apresenta já na largada. No nível de assistência mais leve, e em primeira marcha, bastaram duas pedaladas para que a bicicleta atingisse 8 km/h — na mesma experiência com assistência alta, a velocidade alcançada nos primeiros impulsos foi quase o dobro. Ou seja, a arrancada pode ser um tanto abrupta para desatentos.
Para ter um passeio tranquilo, também é preciso despir-se do hábito de pedalar constantemente a que se acostuma quem circula com as magrelas sem motor. No modelo elétrico, o impulso de cada pedalada é maior. Não mais do que de repente, o velocímetro marca 25 km/h, e o ciclista vê-se acima dos 20 km/h permitidos nas ciclovias da Capital. Nesse caso, o mais prudente é aproveitar o impulso e curtir alguns segundos em descanso, com velocidade mais baixa, até uma nova pedalada.
Uma vez dominada a largada, convém ficar atento para não bailar na curva. É onde uma simples manobra em marcha leve pode impulsionar a bike na direção indesejada — para a reportagem isso significou um breve desvio em direção ao Guaíba. Mas, uma vez entendido o funcionamento básico, basta aproveitar o vento mais forte soprando no rosto, e o prazer de movimentar-se quase sem esforço — especialmente nas subidas, que se mostram bem menos desafiadoras com o empurrãozinho tecnológico.
O que diz a EPTC
As bicicletas elétricas devem seguir as mesmas regras de circulação que as patinetes elétricas: velocidade máxima de 6 km/h em áreas de circulação de pedestres, e de até 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas, uso de indicador de velocidade, campainha e sinalização noturna, dianteira, traseira e lateral, incorporados ao equipamento. Não é preciso carteira de habilitação para conduzir bicicletas elétricas.