O prefeito em exercício de Alvorada, Valter Slayfer, deu novo prazo para normalização da coleta de lixo na cidade. Após a prefeitura informar que na segunda-feira (8) o lixo seria recolhido — o que não ocorreu —, Slayfer garante que, na sexta-feira (12), as sacolas amontoadas pelas calçadas de vários bairros voltarão a ser lugar exclusivamente de circulação de pedestres.
— Amanhã (quarta), estaremos com equipe completa na rua, com sete caminhões. Isso foi nos passado, dada certeza pela empresa, e o contrato nos permite dizer isso. Então, mais tardar sexta-feira, já está tudo legalizado dentro da cidade — declarou Slayfer.
O chefe do Executivo de Alvorada diz que a estimativa inicial, de que na segunda passada as equipes da Onze Construtora e Urbanizadora (nova empresa contratada) já estivessem circulando, não foi cumprida porque houve dificuldades da nova parceira em contratar um grande número de funcionários com agilidade. Segundo Slayfer, há duas equipes com caminhões recolhendo o lixo nesta terça-feira (9) e os bairros mais críticos devem ser atendidos.
Slayfer reconhece ainda que "é muito lixo" e que, por isso, haverá um grande trabalho nos próximos dias por parte dos trabalhadores contratados pela empresa.
O contrato com a antiga terceirizada que prestava o serviço, a Ecopav, foi rescindido pela prefeitura na última semana. De acordo com o prefeito em exercício, a decisão do Executivo se deu após sucessivas falhas no recolhimento de lixo por parte da contratada. Ao GaúchaZH, a empresa disse que os oito caminhões apresentaram problemas ao mesmo tempo.
Enquanto a prefeitura dá novos prazos, a população reclama nas ruas da cidade e vê o lixo se aglomerar em frente às casas. No bairro Americana, o mau cheiro é perceptível na maioria das ruas em que a reportagem circulou na manhã desta terça. Segundo os moradores, já são pelo menos 10 dias sem que o caminhão apareça.
— Meu marido até chamou um rapaz para recolher o lixo, pagou do próprio bolso. A gente tem oficina e não queríamos receber os clientes com essa situação, cheiro ruim. Nem ligamos mais para a prefeitura. Estamos sozinhos, infelizmente — reclamou Geneci dos Santos Savedra, 48 anos, moradora do Americana.
A creche comunitária Turma da Mônica, na Rua Marques do Pombal, também no bairro Americana, chegou a proibir as crianças de brincar na pracinha. O local está tomado por sacos pretos, e os professores temem que algum aluno revire o lixo em um momento de desatenção.
Outra cena chama atenção no mesmo bairro: os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Monteiro Lobato têm de passar em frente a uma montanha de sacos para entrar no prédio.
Moradora do bairro Passo do Feijó, a professora Sandra Ribeiro, 35 anos, diz que um dos maiores problemas da falta de recolhimento de lixo são os animais revirando as sacolas.