Todos os dias, o analista de sistemas Alexandre Borgmann, 50 anos, sai de casa para ir trabalhar no centro de Porto Alegre pronto para atrair olhares de quem passar por ele nas ruas. O que faz ele ser percebido é o meio de transporte que escolheu e com o qual já percorreu cerca de 7 mil quilômetros: um monociclo elétrico.
A locomoção através do equipamento tecnológico em uma só roda é curiosa. Apesar de não ser algo novo, poucas pessoas o usam em Porto Alegre. Por isso, a cena do homem alto, usando tornozeleiras, cotoveleiras e capacete, andando pela ciclofaixa alerta os demais transeuntes.
Para acelerar, o analista inclina o corpo para frente. Quando quer reduzir a velocidade, apenas volta o corpo no sentido contrário. O meio de locomoção pode chegar a até 40 km/h e é carregado na tomada. A decisão, segundo ele, mudou sua vida.
— Eu comprei porque trabalho no centro, o estacionamento é caro, e eu deixavam meu carro na rua. Ele foi arrombado duas vezes. Decidi que ia atrás de uma bicicleta elétrica, e acabei achando o monociclo elétrico. Foi paixão à primeira andada — comenta Borgmann.
O analista sai de casa, no bairro Petrópolis, e percorre diariamente cerca de 15 quilômetros pela ciclovia da Avenida Ipiranga, indo até a Avenida Beira-Rio, e depois pela orla revitalizada do Guaíba. Desde outubro de 2018, quando comprou o primeiro monociclo, já andou mais de 7 mil quilômetros. Ele está próximo de passar a quilometragem rodada com o carro, que, agora, fica a maior parte do tempo parado na garagem.
Borgmann já está no terceiro monociclo. Pelo primeiro, pagou cerca de R$ 1,5 mil, mas decidiu investir em um melhor. Comprou agora um de R$ 9 mil, que anda mais rápido e é mais confortável. Por enquanto, o equipamento o permite andar a cerca de 20 km/h. Ele só vai usar velocidades maiores, como 40 km/h, depois de rodar mais.
O analista diz que a vida mudou depois de passar a usar o monociclo elétrico. Segundo ele, o meio de transporte se pagou em menos de um ano, já que não há gastos com gasolina ou estacionamento. Quando chega no trabalho, ele guarda o equipamento como se fosse uma maleta.
— Quando chove, fico triste por não ir curtindo a liberdade e o prazer de andar com o monociclo. É muito prazeroso, só tem que cuidar. Tem que andar curtindo a cidade em baixa velocidade — brincou.
O monociclo, inclusive, fez ele ter novas amizades. Através das andanças na rua, conheceu outras pessoas que também usam o meio de transporte. As conversas fizeram nascer um grupo de WhatsApp em que trocam informações e confraternizam.