Prestes a completar 75 anos, data que será celebrada em 19 de abril, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre luta para melhorar a estrutura e aumentar a capacidade. Para tanto, a direção tenta tirar do papel um projeto de ampliação, com construção de unidade anexa.
O mais novo passo para desengavetar a ideia foi dado na última segunda-feira (11), após reunião no Paço Municipal. No encontro, o diretor-geral do HPS, Amarílio Vieira de Macedo Neto, recebeu "sinal verde" da prefeitura.
- Foi o pontapé inicial do projeto, agora com estudo. Pode ser inicial, mas é um sinal verde. O projeto está de pé. E irá andar - afirma, confiante.
Chamado de Novo HPS, o prédio já tem área definida, na Avenida José Bonifácio, onde seis imóveis foram desapropriados ainda na gestão do ex-prefeito José Fortunati. Uma parte dos terrenos é utilizada para armazenar suprimentos.
Com projeção de sete andares, a edificação terá 10,5 mil metros quadrados e será maior que o prédio atual, construído entre 1939 e 1944, que tem área assistencial de 9,5 mil metros quadrados. No térreo deve ficar a recepção. Já as unidades de internação e as UTIs estarão localizadas do segundo ao sexto andar. No topo, a diretoria científica.
A instituição tem hoje 85 leitos e a ampliação prevê que esse número suba para 176, com reforço nas UTIs adulto e infantil, além da enfermaria.
A ideia é levar gradativamente os pacientes para a área nova, com mais conforto e segurança, segundo o diretor. Os servidores também deverão ter mais qualidade: o projeto prevê salas de estar e vestiários com chuveiros. Diferentemente do que se vê hoje no hospital, conforme o presidente da Associação dos Funcionários, Paulo Oliveira.
- Hoje chove na rua igual o que chove em alguns setores do HPS. Elevadores estão há anos sem conserto, parados. Se um servidor precisar ir na saúde ocupacional, com uma perna quebrada, terá que ser carregado até o quinto andar. Na UTI de queimados, o ar-condicionado também não funciona direito - relata.
Para o servidor, pensar em um novo hospital é "utopia" enquanto não se resolvem os problemas atuais do prédio histórico.
Viabilidade e custos do novo HPS
Dentre as parceiras buscadas para viabilizar a obra, há a possibilidade de exploração de um estacionamento subterrâneo, com entrada e saída pela José Bonifácio, ao lado do parque da Redenção. Cafeterias também devem ser exploradas comercialmente para se ter mais recursos.
O estudo é preliminar e precisa passar ainda pela etapa do projeto executivo, que definirá todos os detalhes da construção. O valor inicial estimado é de R$ 60 milhões a R$ 70 milhões, mas o diretor reforça que até o início da obra ele será constantemente atualizado. O cronograma prevê que o início dos trabalhos ocorra entre o final de 2020 e o início de 2021. A inauguração não deve ser antes de 2023.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, o hospital receberá uma consultoria, ainda sem data definida, para ter a dimensão exata da necessidade de ampliação. Após, o projeto entra na parte de viabilidade econômica.
- Tem que ser uma operação sustentável. Sabemos da importância que uma ampliação hospitalar tem na rede da cidade, e no caso de Porto Alegre, no Estado inteiro. Mas não faz sentido desenhar e construir um prédio e ele ficar vazio, ficar ocioso - analisa.
Reforma do HPS de Porto Alegre
O secretário rebate as críticas do presidente da Associação dos Funcionários, afirmando que foram feitos investimentos no hospital:
- Investimos mais de R$ 1 milhão no HPS, incluindo a aquisição de um tomógrafo. O hospital tinha um antigo, que dava muito problema. Agora tem dois, o que garante a realização dos exames. Em relação ao ar-condicionado, o pedido de compra de um novo já foi encaminhado.
Independentemente do projeto de ampliação, o HPS passará por reforma em uma das enfermarias, fechada desde 2017. O projeto executivo está na fase final de conclusão e, após isso, será feita a escolha da empresa que realizará as obras pela Central de Licitações do Estado (Selic). A previsão é de iniciar ainda no primeiro semestre, segundo o secretário Stürmer, e deve durar um ano, com a enfermaria sendo reaberta em 2020. O espaço tem capacidade para 20 pessoas.