O número de mortes no trânsito de Porto Alegre aumentou 42,8% em janeiro de 2019 se comparado com o mesmo mês do ano passado. O salto se deu por conta do crescimento das ocorrências com motocicletas: foram 193 contra 188 do mesmo período de 2018.
Das sete mortes no mês, quatro envolveram motos (três condutores e um passageiro). No ano passado, foram três vítimas fatais no total de janeiro — todas elas com motocicletas envolvidas (dois pilotos e um pedestre atropelado).
Os dados preocupam as autoridades e, por isso, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) fará, em fevereiro, uma série de ações voltadas aos pilotos. Na manhã desta quarta-feira (6), a primeira já foi realizada, no estacionamento de motos da Rua General Câmara, no Centro Histórico. A ideia das ações é abordar os motociclistas e pedir para que os condutores sejam mais prudentes e reduzam a velocidade ao trafegar pelas ruas da Capital.
O perfil dos motociclistas
A EPTC realiza as ações de conscientização dos condutores por meio de um mapeamento dos acidentes que, além de trazer uma série de informações, traça um perfil das vítimas fatais. A partir desses dados, as campanhas educativas são montadas e levadas às ruas.
De acordo o coordenador de educação da EPTC, Diego Marques, geralmente os pilotos que se envolvem em acidentes com morte na Capital são inexperientes, inabilitados ou até mesmo novos condutores. O mapeamento também aponta que a maioria das ocorrências com morte envolveram motociclistas que estavam indo ou voltando do trabalho.
— Não são os motoboys que mais se envolvem em acidentes fatais na cidade. Eles também se envolvem, mas os casos fatais são mais daquelas pessoas que fazem o trajeto de ida e volta para o trabalho. Os novos habilitados também merecem atenção porque, quanto mais prudente for esse início de conscientização, menor a chance de acidentes no futuro — completa Marques.
Em 2018, 75 pessoas morreram em acidentes de trânsito em ruas e avenidas de Porto Alegre. Dessas ocorrências, 24 envolveram motociclistas, o que representa 32% do total de vítimas fatais.