— Nos 80 anos do Educandário, ano que vem, pretendemos estar de portas abertas e, para isso, precisamos de todo tipo de ajuda.
frase, que emociona quem conhece o trabalho do Educandário São João Batista, localizado no bairro Ipanema, na zona sul de Porto Alegre, é da presidente de entidade, Eveline Streck. Há 12 anos, ela vem lutando para que a instituição filantrópica continue atendendo crianças e adolescentes com deficiências físicas.
No momento, 180 crianças de 13 municípios do Rio Grande do Sul têm atendimento médico, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia, todas promovidas de graça para aquelas famílias que possuem renda até três salários mínimos (R$ 2.862). E funciona também, no local, uma escola que atende 34 crianças entre primeira e quarta série do Ensino Fundamental.
As crianças atendidas ficam na instituição até os 21 anos. Além dos atendimentos médicos, há ainda a sala de Atividade da Vida Diária, em que as crianças aprendem tarefas que podem parecer simples, mas são um grande avanço para a vida deles.
— Nos 21 anos já é um adulto, então tem mais liberdade. E, com isso, pode aprender a colocar uma fronha no travesseiro, arrumar a cama, pegar uma faca e descascar uma fruta — conta Eveline.
O Educandário é mantido com doações de pessoas físicas e jurídicas, além de trabalho voluntário. E, para continuar, precisa de apoio da sociedade.
Verba
Para pagar os 38 funcionários e as despesas, como luz e água, a instituição precisa de R$ 100 mil por mês. A presidente do Educandário relata que o Conselho Municipal de Assistência Social de Porto Alegre tem convênio PCD (Pessoas com Deficiência), com recursos do Fundo Municipal de Assistência Social, com o pagamento de R$ 10.101,98 para 22 metas (crianças atendidas). Já o Fundo Nacional de Assistência Social, pela Ação ContinuadaPPD (Pessoas com Deficiência), tem pagamento do valor de R$ 4.650 para 80 metas.
— Eu não ganho nada para dirigir a casa. A gente se doa. Quem ganha são os funcionários — conta Eveline.
Além dos funcionários e a diretoria, voluntários ajudam a manter a casa. Entre eles, estão as mães das crianças e adolescentes que são atendidos pelo Educandário.
Jornada dupla no Educandário
Leonardo Zomer, 12 anos, que sofre de Distrofia de Duchenne — distúrbio hereditário de fraqueza muscular progressiva, que ocorre geralmente em meninos —, está no Educandário desde 2013. Com os pais, Jaqueline Palácios, 37 anos, e José Emílio Zomer, 41 anos, o menino sai de Cachoeirinha de manhã cedo para ter atendimento na instituição. Enquanto o horário não chega, pais e filho ajudam a casa.
— Todo o atendimento que tem é aqui, e ele gosta. Enquanto está aqui, nós aproveitamos e separamos as tampinhas, que são vendidas. O valor é revertido para as crianças — diz a mãe.
O pai de Leonardo conta que o Educandário se transformou em um lar para a família:
— Estávamos quase com depressão. Ficar só em casa, tu acabas prejudicando não só o teu filho, mas todo mundo.
"Aqui, a gente se sente em casa"
Mãe do pequeno Renan Souza Soares, dois anos e sete meses, a técnica de enfermagem Débora Rosângela Couto de Souza, 36 anos, leva o filho para fazer estimulação precoce no Educandário há mais de um ano. O bebê nasceu com mielomeningocele, uma malformação congênita da coluna vertebral da criança em que as meninges, a medula e as raízes nervosas estão expostas.
Com a fisioterapeuta Juliana Cristofari, o menino dá risadas e caminha pelos corredores da instituição.
— Aqui, eles trabalham com a criança até os 21 anos. Então tu alcança um objetivo e vai para o próximo. Isso é importante para ele, que ele vai crescer aqui e não irá parar de evoluir. Aqui, a gente se sente em casa — relata Débora.
Como ajudar
Doação na vaquinha online.
Depósito bancário no Banrisul (agência 0085, conta corrente 06.031.666.0-6, CNPJ 92967702/0001-67) ou na Caixa (agência 0958, operação 003 e conta corrente 4662, pelo mesmo CNPJ).
Doação de roupas, móveis, alimentos perecíveis, alimentos não perecíveis, brinquedos, entre outros, na instituição, localizada na Rua Tenente-Coronel Mario Doernte, 200, bairro Ipanema, em Porto Alegre.
Junte tampinhas de garrafas pet e entregue no Educandário. Elas são vendidas, e o valor é revertido para as crianças e adolescentes com deficiência.
Seja um voluntário. Ligue para (51) 3246-5655 e agende um horário para visita.