A Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação (ATL) manifestou-se, nesta quarta-feira (19), contra o aumento da passagem de lotações de Porto Alegre a partir de 2019. Além disso, a ATL defende a diminuição da tarifa.
No entanto, para que isso aconteça, a legislação que gere o reajuste da passagem do transporte coletivo na Capital, em vigor desde 2003, precisaria ser modificada. Atualmente, o valor da passagem das lotações é baseado na tarifa dos ônibus, por meio de um índice que corresponde entre 1,4 e 1,5 vezes a passagem dos coletivos da Capital.
A ATL defende que a margem desse índice aumente e fique entre 1,2 e 1,5 vezes a tarifa dos ônibus, o que possibilitaria que o valor da passagem das lotações não aumente ou até reduza.
— Na última reunião que a categoria teve neste ano, todos pediram para que o valor não subisse e estagnasse nos R$ 6. O que nós estamos pedindo é que ela seja calculada com o índice entre 1,2 e 1,5 vezes. Aí quando vir o aumento da passagem dos ônibus, nós podemos jogar se queremos o valor mais baixo ou mais alto — explica o presidente da ATL, Magnus Aurélio Isse.
Um dos motivos para que o sistema de lotação ande na contramão dos futuros aumentos em outros meios de transporte coletivo, como ônibus e táxi, é a concorrência com o transporte por aplicativos.
— A concorrência é muito desleal. Na hora de pico, de movimento, eles cobram uma tarifa maior. E quando o movimento está menor, eles cobram uma tarifa mais baixa. E isso nos afeta. A lei (da tarifa) tem 15 anos, ela precisa ser modificada — ressaltou Isse.
O assunto foi discutido por representantes da ATL, vereadores e prefeitura na terça-feira (18), em uma reunião da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação, na Câmara de Vereadores.
Na ocasião, o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Marcelo Soletti, afirmou que uma análise técnica precisa ser feita sobre o pedido de mudança no cálculo da tarifa das lotações e, em seguida, a proposta será encaminhada ao prefeito da Capital. Os vereadores também se comprometeram a fazer estudos e levar a ideia ao Executivo municipal.