A mulher que na quarta-feira (7) agrediu professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint'Hilaire retornou à instituição na Lomba do Pinheiro nesta quinta-feira (8) e, após discussão, atropelou um policial militar. Ela é mãe de uma aluna do 7º ano.
À tarde, em frente ao colégio da zona leste de Porto Alegre, que não teve aulas nesta quinta, a comunidade escolar realizava um ato de apoio ao grupo que foi agredido. A mulher chegou em um Celta e, sem descer do carro, discutiu com adolescentes. Um policial militar tentou acalmá-la e pediu para que ela descesse do carro. Neste momento, ela atropelou o soldado. Vídeo ao qual GaúchaZH teve acesso mostra o momento em que ela investe contra o policial. Conforme o comandante do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Kefren Castro de Souza, o brigadiano só sofreu escoriações leves no braço porque conseguiu rolar sobre o veículo e evitar uma queda brusca.
A mulher tentou fugir, mas foi detida e encaminhada à 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (Santana). A filha, que estava junto, foi encaminhada ao Conselho Tutelar.
Às 21h, a delegada Elisa Souza terminou a autuação da mulher por tentativa de homicídio com dolo eventual, lesão corporal e desobediência. Ela já possuía antecedentes criminais por homicídio - teria sido mandante da morte do ex-companheiro em 2014 - lesão corporal e ameaça.
Devido ao incidente, o colégio não terá aulas por mais um dia: na sexta-feira (9), um ato de apoio será realizado às 13h por ruas do bairro. Nesta quinta, o Conselho Escolar, composto por pais e professores, teve uma reunião para alinhar medidas a serem adotadas.
— A direção da escola, o Conselho Escolar e os professores irão à Smed (Secretaria Municipal de Educação). Um grupo vai conversar com o secretário (Adriano Naves de Brito) — afirmou o diretor Ângelo Barbosa.
Tanto pais quanto professores demonstram receio em retornar à escola após os episódios de violência.
— É complicado para os profissionais dar aula com o grau de tensão que tem aqui. A mãe veio e atropelou um brigadiano. Se ela atropela um brigadiano, qual é a segurança que os professores têm? — questionou o coordenador do Conselho Popular da Lomba do Pinheiro, Francisco Giovani de Souza.
Mãe de um aluno e integrante do Conselho Escolar, Norma Regina Lilge acrescenta:
— Um ato de violência aconteceu com nossos professores dentro da nossa escola, na comunidade e deixou um sentimento de revolta muito grande. Nossa escola não semeia a discórdia, pelo contrário, tem projetos maravilhosos.
Contraponto
Conforme o advogado Jorge Cabral, a mulher não teve intenção de matar o policial. A defesa alega que ela se sentiu ameaçada pela presença das pessoas que estavam protestando e tentou fugir.
Ainda na versão da mulher, o policial acabou sendo atropelado pois tentou agarrá-la. O advogado vai entrar com um pedido de relaxamento da prisão em flagrante.