Depois de 20 dias, Porto Alegre voltou a registrar casos de sarampo. Conforme o boletim mais recente do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), divulgado no último dia 8, a Capital teve dois novos casos, chegando a 38 neste ano. As duas pessoas infectadas, dois homens de 35 e 45 anos, trabalham na mesma empresa, o que facilitou o contágio.
Em todo o Rio Grande do Sul, são 45 casos. Além da Capital, foram três registros em Viamão, dois em Alvorada, um em São Luiz Gonzaga e um em Vacaria. A situação que mais preocupa, no entanto, é a de Porto Alegre, já que é a única cidade que registrou novos casos nos últimos três meses.
Apesar dos novos registros, a Secretaria Municipal de Saúde acredita que a circulação do vírus está diminuindo:
— Seguimos com o plano para a contenção do surto, mas estes são casos anteriores, de setembro, que só foram confirmados agora. O que está parecendo é que houve uma diminuição: tivemos um pico de notificações entre julho e agosto e, depois, começou a diminuir. Seguimos com a orientação de que as pessoas procurem as unidades de saúde para se vacinar — afirma a enfermeira Sônia Coradini, chefe da equipe de Vigilância de Doenças Transmissíveis da SMS.
A doença voltou a circular no Rio Grande do Sul este ano – até então, os últimos casos haviam sido registrados em 2011. Todos os registros até agora são considerados importados e associados, principalmente, ao vírus que circulou na Venezuela, país que enfrenta surto da doença desde 2017.
Em Porto Alegre, 97,6% das pessoas infectadas são consideradas não vacinadas ou não tinham o registro de vacinação. A faixa etária mais atingida é a de jovens entre 15 e 29 anos: 73,4% do total. Para tentar conter o surto e alcançar a população desta idade, a prefeitura faz vacinação em escolas da Capital.
Até agora, mais de 200 doses foram aplicadas em 15 escolas. Nesta segunda-feira, as equipes estarão na Escola Estadual Professor Sylvio Torres, no bairro Agronomia.
A meta da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é contemplar as 120 escolas pactuadas no Programa Saúde na Escola até final de dezembro. As instituições de ensino que integram a força-tarefa reúnem 48 mil alunos entre 15 e 19 anos.
Mais de 2,8 mil casos no Brasil
No país, o total de casos confirmados chegou a 2.803 no último dia 5, e já houve 12 mortes. A maior parte dos registros ocorreu no Amazonas e em Roraima. Considerado livre da doença desde 2016, o Brasil corre o risco de perder o certificado de eliminação do sarampo em fevereiro de 2019. O critério adotado para a transmissão sustentada é de que o surto se mantenha no país por 12 meses.
Os sintomas incluem febre e exantema maculopapular (manchas vermelhas na pele), acompanhados de um ou mais dos seguintes: tosse, coriza e/ou conjuntivite. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, passou a ser aplicada em 1997 e é indicada no calendário básico quando a criança completa um ano. Aos 15 meses, a criança deve ser imunizada com a vacina tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela. A imunização está disponível na rede pública de saúde durante todo o ano.