Entrando na Academia Curves, no segundo andar de um prédio comercial do Menino Deus, em Porto Alegre, dá para notar que não é um espaço destinado ao público masculino. A parede lilás, os frascos de perfume nas prateleiras e uma caixa de sabonetes com formato de rosas no banheiro são algumas das pistas. Mas não se trata apenas de decoração: homens são, de fato, proibidos no local quando tem alguém malhando.
Franquia de uma rede criada no Texas na década de 1990 e que se espalhou por dezenas de países, a Curves aceita apenas alunas e só contrata instrutoras.
— Tudo que nos rodeia ainda é muito masculino. Este é um espaço onde a mulher pode se sentir confortável — afirma Tatiana Schaedler, proprietária da unidade que existe há sete anos.
A Curves é frequentada por um público de 12 a 90 anos, segundo Tatiana. Se em uma academia convencional as alunas poderiam ficar constrangidas em malhar glúteo de bunda para cima, temendo olhares ou comentários de algum homem, na Curves não têm essa preocupação.
Além disso, a conversa rola solta e até é estimulada. Se não der para colocar o papo em dia entre um e outro exercício, as alunas podem providenciar isso nos happy hour marcados pela academia. E num ambiente sem homens, é claro que algumas orelhas ficam vermelhas em casa. Talvez não pelo motivo que os namorados e maridos gostariam.
— A gente fala mal deles — confessa Tatiana, sem deixar de achar graça.
Outra diferença percebida de cara está nos equipamentos: há oito apenas, e eles não incluem bicicleta ergométrica ou esteira. Tatiana explica que o chamado Circuito Curves, que leva 30 minutos, é feito em equipamentos de resistência hidráulica, "como uma hidroginástica, mas fora da água". Os planos de mensalidade da academia partem de R$ 129.
O método promete perda de peso, fortalecimento muscular e condicionamento cardiovascular — a hipertrofia não está no pacote. Aulas de ritmos, de zumba, GAB (glúteo, abdômen e pernas) também são realizadas no local.