A cidade de Alvorada está há cinco dias sem recolhimento de lixo. O problema ocorre devido a um impasse que envolve o pagamento dos salários dos funcionários da empresa Ecopav, contratada pela prefeitura para fazer as coletas de resíduos. A paralisação começou na manhã de sábado, depois que os funcionários da empresa não receberam os vencimentos de agosto.
Alvorada recolhe diariamente entre 110 e 120 toneladas de resíduos. É possível verificar lixo acumulado em diversas regiões da cidade com a paralisação. No bairro Maria Regina, os sacos de lixo estão amarrados em grades e árvores, e é possível observar resíduos espalhados no chão.
— O cheiro ruim está cada vez mais insuportável na rua. Para piorar, os cachorros rasgam os sacos e esparramam a podridão — afirma Valdoni Rosa, morador da região há 40 anos.
— Não lembro a última vez que o caminhão passou por aqui - completa a esposa dele, Valquíria.
Na Avenida Presidente Vargas, a principal de Alvorada, as lixeiras estavam vazias. Entre os carros e ônibus que congestionam a via, porém, voavam sacos plásticos, embalagens de leite e outros produtos que deveriam estar dentro de sacos de lixo. É um sinal de que, nas ruas paralelas e no interior dos bairros, o recolhimento não ocorre há dias. Enquanto isso, os sacos são rasgados por cachorros de rua, que ampliam a sujeira nas vias.
A prefeitura informou que os pagamentos com a empresa terceirizada Ecopav estão em dia. O Secretário de Limpeza Urbana da cidade, Airton Pacheco, diz que a empresa relatou estar passando por dificuldades financeiras e que a prefeitura está tentando negociar a retomada dos serviços.
A Ecopav já foi notificada pela Justiça a dar continuidade integral aos serviços prestados à população, como previsto em contrato. Caso isso não ocorra, a prefeitura de Alvorada deverá romper o contrato e chamar outra empresa de maneira emergencial.
— Nós pagamos R$ 246 mil mensais e, inclusive, o pagamento está adiantado. Já houve a notificação e, se eles não resolverem, nós vamos romper o contrato — disse Aírton Pacheco.
Alguns caminhões da prefeitura estão sendo utilizados para fazer o recolhimento parcial.
A reportagem tentou o contato, mas não encontrou nenhum representante da Ecopav para comentar o assunto.