Moradores do bairro Mario Quintana, na zona leste de Porto Alegre, têm deparado nos últimos dias com uma cena um tanto incomum: macacos-pregos circulando pela comunidade. Eles têm cerca de 50cm de altura e são nativos do Morro Santana, perto de avenidas como Bento Gonçalves e Protásio Alves, vivem na mata e são comuns em regiões verdes da Capital. Neste ano, eles têm sido vistos mais perto das casas porque moradores estariam tentando uma aproximação deixando alimentos para atrair os animais, explica Soraya Ribeiro, bióloga da Secretaria do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) da Capital.
O animal não é perigoso, mas pode morder ao se sentir ameaçado. Segundo Soraya, a espécie, identificada como Sapajus nigritus, é muito inteligente: consegue abrir portas e janelas e manipular objetos. Por isso, o ideal é que a comunidade não tente alimentá-los. Ela também recomenda que as pessoas não se aproximem nem tente pegar os bichos.
— O problema é que, enquanto são novidade, as pessoas acham eles fofos. Mas depois, se virar rotina e eles começarem a frequentar as casas, isso pode incomodar. De qualquer forma, o lugar deles é na mata — explica Soraya.
A espécie se alimenta de folhas, frutas, ovos de animais e insetos que encontram na mata. A ingestão de restos de comida pode fazer mal, por conter açúcar, sal e temperos.
Uma vistoria foi feita na região por equipes da prefeitura da Capital, para orientar os moradores sobre os macacos-pregos. A prefeitura foi chamada porque crianças foram vistas atirando pedras nos animais.
Em casos de mordida, seja de animais silvestres ou domésticos, o recomendado é tomar a vacina contra a raiva imediatamente.