Dois dos setores mais aguardados do Hospital da Restinga e Extremo-Sul _ a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e o bloco cirúrgico _ entrarão em funcionamento em 3 de setembro. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira na solenidade que marcou a troca de comando da instituição para a Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN). Já nesta terça foram abertos os 39 leitos que se somam aos 62 já existentes.
Em 10 de setembro, o pronto-atendimento de traumatologia vai começar a operar. A unidade ficará será aberta 12 horas por dia, seis dias por semana. A mudança ocorre após quatro anos de gestão do Hospital Moinhos de Vento no local. Conforme a reportagem adiantou, até o final do ano, com os serviços funcionando a pleno, a meta da nova gestão é mais que dobrar o número de atendimentos: dos 25 mil mensais, terá capacidade para 55 mil.
Expectativa positiva
Carlos Vargas Andrades e Adecilva da Silva, integrantes do Conselho Distrital de Saúde da Restinga, estão otimistas com a mudança e comemoram a existência de uma data para o começo das operações do bloco cirúrgico e dos dez leitos de UTI. Os dois participam das discussões para a construção do hospital desde a escolha do terreno do prédio.
– Eu olho para esta cama e tenho vontade de rir, isso está bonito demais – avalia Adecilva, satisfeita com os leitos da UTI.
Carlos e Adecilva fazem o papel de fiscais da comunidade. Foi assim durante a obra e, desde que o hospital inaugurou, há quatro anos, estão periodicamente de olho na qualidade dos serviços. Agora, a dupla reivindica uma sala para ter um representante da comunidade de forma permanente no hospital.
– A gente fica orgulhoso de ter lutado e ajudado. Vamos nos manter vigilantes. Só temos isso aqui porque toda a comunidade foi à luta – afirma Carlos.
Nos primeiros seis meses de transição, o valor repassado pelo SUS para a gestão do hospital será de R$ 3,4 milhões – rateados entre a União, Estado e município. Após, o valor subirá para R$ 3,7 milhões. O contrato assinado ontem entre a prefeitura de Porto Alegre a Associação Vila Nova é de cinco anos, prorrogável por mais cinco conforme indicadores de qualidade. A Associação já administra o Hospital Vila Nova, de Porto Alegre, e o Hospital de Charqueadas.
Para atuar na estrutura, foram contratados cerca de 600 profissionais, dos quais 20% dos funcionários e 30% dos médicos são profissionais do Moinhos que já trabalhavam no local.
Presente na solenidade de abertura, o prefeito Nelson Marchezan enfatizou que o hospital terá mais estrutura para atender a uma população de 287 mil pessoas que vivem no extremo sul da Capital:
– Esse hospital dá atenção para aqueles que, na maioria, das vezes ninguém quer dar atenção.
O presidente da Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), Dirceu Dal'Molin, afirmou que o processo de transição começou há 30 dias e que, entre o término do trabalho do Moinhos de Vendo e o momento em que o Vila Nova assumiu, nenhum paciente deixou de ser atendido na emergência. Uma das principais metas da nova gestão é diminuir o tempo de espera para até duas horas para casos não graves – os graves são atendimentos imediatamente.
Calendário de implantação dos novos serviços
Ontem
Abertura dos 39 leitos clínicos
22 a 31 de agosto
Capacitação das equipes contratadas
3 de setembro
Início das atividades dos 10 leitos de UTI e dos quatro blocos cirúrgicos
10 de setembro
Início das atividades do pronto-atendimento de traumatologia